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Em vídeo, brasileiros na China pedem a Bolsonaro apoio para voltar ao país

No começo da semana, presidente afirmou que era contra repatriar uma família com suspeita de infecção de coronavírus por trazer riscos à população

Coronavírus: De acordo com grupo de brasileiros, o governo chinês está dando suporte à repatriação de pessoas de outros países (Youtube/Reprodução)

Coronavírus: De acordo com grupo de brasileiros, o governo chinês está dando suporte à repatriação de pessoas de outros países (Youtube/Reprodução)

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Juliana Elias

Publicado em 2 de fevereiro de 2020 às 10h37.

Última atualização em 2 de fevereiro de 2020 às 10h47.

São Paulo - Um grupo de brasileiros que vivem em Wuhan, cidade chinesa que é o epicentro da epidemia de coronavírus, publicou nas redes sociais um vídeo de apelo ao governo brasileiro. Na mensagem, eles pedem que o presidente da República, Jair Bolsonaro, e o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, auxiliem no retorno de suas famílias ao Brasil, a exemplo do que vem sendo feito por outros países junto a autoridades chinesas.

"Nós, cidadãos brasileiros na cidade de Wuhan, escrevemos esta carta para solicitar o auxílio do governo brasileiro no retorno ao nosso país", diz um dos jovens.

"Nós somos homens, mulheres e crianças de vários estados e regiões do Brasil. Estudantes e trabalhadores, indivíduos e famílias de brasileiros na China", continua. O vídeo leva o título de "Brasileiros em Wuhan" e "Brasil, casa de todos nós".

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Na semana passada, o presidente Jair Bolsonaro se manifestou contra trazer de volta ao Brasil uma família brasileira, que foi colocada em isolamento nas Filipinas por suspeita de contaminação pelo vírus, alegando que repatriá-la poderia colocar o Brasil em risco.

“Não seria oportuno retirar de lá, com todo respeito, pelo contrário. Agora, não vamos colocar em risco nós aqui por uma família apenas”, disse Bolsonaro em entrevista a jornalistas no Palácio da Alvorada na terça-feira (28).

Wuhan é a província onde a epidemia do novo vírus começou e também a cidade onde há o maior número de casos registrados - dos 2.590 novos casos confirmados neste fim de semana pelas autoridades chinesas, 1.921 são em Hubei, cuja capital é Wuhan.

No sábado (1º), relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) elevou para 11.953 a contagem de casos confirmados de coronavírus em todo o mundo. Deste total, 11.821 foram identificados em território chinês. De acordo com a entidade, eram 259 mortes confirmadas até ontem, todas na China.

No Brasil, há 16 casos considerados suspeitos de coronavírus, de acordo com balanço divulgado neste sábado pelo Ministério da Saúde. Outras dez suspeitas já foram descartadas, informou o boletim.

O estado com maior número de suspeitas é São Paulo, com 8 ocorrências. Duas suspeitas já foram descartadas. O Rio Grande do Sul registra 4 casos suspeitos; outros três já foram descartados.

Em Santa Catarina, foram levantadas 2 suspeitas; dois outros casos foram descartados. A lista inclui ainda o Paraná e o Ceará, com um caso suspeito em cada.

De acordo com os brasileiros que assinam a carta gravada em vídeo, não há casos de infecção confirmados entre eles. "No momento em que essa carta está sendo escrita, não há entre nós que a subscrevemos quaisquer casos de contaminação comprovada ou até mesmo sintomas de infecção pelo coronavírus", afirma um deles, no vídeo.

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