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Em TV evangélica, Marina é questionada sobre aborto

Tema é considerado polêmico para a candidata, que é vista com desconfiança tanto pela esquerda quanto pelo eleitorado evangélico

MARINA SILVA: Durante programa, candidata foi informada de que mais de metade das perguntas enviadas pelos telespectadores estavam relacionadas ao aborto (Nacho Doce/Reuters)

MARINA SILVA: Durante programa, candidata foi informada de que mais de metade das perguntas enviadas pelos telespectadores estavam relacionadas ao aborto (Nacho Doce/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 17 de setembro de 2018 às 06h16.

Última atualização em 17 de setembro de 2018 às 07h34.

A candidata da Rede, Marina Silva, vem perdendo apoio da parcela evangélica do eleitorado, na qual antes se destacava. Nesta segunda-feira, ela faz um aceno aos eleitores evangélicos com uma entrevista à TV Gênesis, propriedade da Comunidade Evangélica Sara Nossa Terra.

A entrevista foi gravada na quinta-feira da semana passada, em Brasília. Segundo relato do jornal O Globo, logo no início, Marina foi informada de que mais de metade das perguntas enviadas pelos telespectadores estavam relacionadas ao aborto.

O tema é espinhoso para a candidata, já que, de um lado, eleitores mais à esquerda vêem com desconfiança a defesa de Marina por um plebiscito para decidir a questão. Do outro lado, parte do eleitorado evangélico cobra um posicionamento mais incisivo da candidata da Rede contra a descriminalização do aborto.

“Muitos dizem que não vão votar em você porque você, como cristã, defende o aborto. Explica melhor para seus eleitores indecisos”, foi a primeira pergunta, segundo o jornal. Marina voltou a afirmar que por suas convicções “éticas, filosóficas e religiosas” é contra o aborto, e que, justamente por este posicionamento, vem defendendo a convocação de um plebiscito para que a população, e não o Congresso, possa decidir sobre a questão.

A candidata também foi indagada sobre o motivo de estar perdendo o apoio do eleitorado evangélico nas pesquisas. Marina minimizou os resultados dos levantamentos, dizendo que “pesquisa é o retrato de um momento” e afirmou que não usa “o palanque como púlpito, nem o púlpito como palanque”.

Segundo dados das pesquisas Ibope, as intenções de voto de Marina entre os que se declararam evangélicos caiu de 15% para 10%. Fernando Haddad, oficializado candidato do PT, viu seu apoio aumentar de 3% para 6%. Já Jair Bolsonaro (PSL) viu seu apoio crescer de 29% para 33% nesta parcela do eleitorado.

Bolsonaro, inclusive, foi o único outro candidato convidado a confirmar presença nas entrevistas da TV Gênesis. Com o candidato hospitalizado, a emissora estuda convocar seu vice, o general da reserva Hamilton Mourão (PRTB).

Em 2014, quando disputou as eleições pela segunda vez e chegou a se estabilizar com folga no segundo lugar da corrida, próxima do patamar de Dilma Rousseff, Marina tinha o apoio de 43% do eleitorado evangélico, de acordo com o Estadão. Numa eleição em que o segundo lugar permanece embolado entre quatro candidatos, cada voto conta. O dos evangélicos, um a cada quatro eleitores, pode mudar o jogo para Marina.

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