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Em triunfo de Ciro sobre PT, PDT escolhe Roberto Cláudio como pré-candidato no Ceará

Ex-prefeito de Fortaleza venceu em votação interna a governadora Izolda Cela (PDT) no diretório do partido, em Fortaleza. Ex-prefeito deve ser homologado na convenção marcada para este domingo

 (Twitter/Reprodução)

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Agência O Globo

Publicado em 19 de julho de 2022 às 08h15.

O diretório estadual do PDT decidiu escolher nesta segunda-feira o ex-prefeito de Fortaleza Roberto Cláudio (PDT) como pré-candidato da sigla ao governo do Ceará. Ele superou a governadora Izolda Cela (PDT) em uma votação interna realizada na seção estadual, em Fortaleza — 55 votos contra 29. A candidatura de Cláudio agora deve ser formalizada na convenção marcada para o próximo domingo.

A vitória do ex-prefeito do PDT representa um triunfo do pré-candidato à Presidência Ciro Gomes (PDT), que foi ao Ceará para assumir articulação em prol do nome do ex-prefeito. O objetivo dele era garantir um palanque exclusivo em seu principal reduto eleitoral. Após escolha de aliado de Ciro, o PT deve romper a aliança que mantém há 16 anos no estado com a família Gomes e lançar um nome próprio na disputa.

A disputa interna entre Cláudio e Izolda acabou impactando a relação entre Ciro e o ex-governador Camilo Santana (PT), pré-candidato ao Senado e seu aliado de longa data. Santana defendia Izolda, sua antiga vice, como candidata à sucessão — ela era a postulante vista como mais próxima do PT, com chance de abrir o palanque ao ex-presidente Lula. A governadora também havia recebido apoio de siglas da base governista, como PP e MDB.

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O ex-prefeito, por sua vez, contava com o apoio do presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, e do prefeito de Fortaleza, José Sarto (PDT), além de Ciro Gomes.

Com a opção por Cláudio, o PT deve discutir agora se irá continuar na aliança com o PDT ou se indica um candidato próprio, o que pode colocar em xeque uma parceria de 16 anos. A possível divergência já foi externalizada pela deputada e ex-prefeita de Fortaleza Luizianne Lins (PT), que declarou que Izolda teve o "seu direito à reeleição impedido pela violência política de gênero".

O risco de rompimento da aliança da esquerda no Ceará é tido como vantajoso para o pré-candidato da oposição, Capitão Wagner (União), que tem apoio do bolsonarismo. Em 2020, Wagner perdeu uma disputa apertada pela prefeitura de Fortaleza, por 3% dos votos, para o pedetista José Sarto.

Antes de os integrantes do diretório iniciarem a votação entre Cláudio e Izolda, o presidente da Assembleia Legislativa do Ceará, Evandro Leitão (PDT), e o deputado federal Mauro Filho (PDT) abriram mão das suas pré-candidaturas.

O resultado da votação foi anunciado pelo presidente do PDT cearense, o deputado André Figueiredo. Na sequência, Izolda disse que respeita a decisão, e Cláudio anunciou que a "primeira tarefa" será "construir a unidade interna", e procurar o ex-governador petista.

A indefinição para saber quem seria o pré-candidato ao governo do Ceará chegou a dividir opiniões até dentro do clã dos Ferreira Gomes. Ciro tinha clara preferência por Roberto Cláudio; o senador Cid (PDT-CE) vinha se colocando em cima do muro; e o prefeito de Sobral, Ivo Gomes (PDT), o irmão caçula, havia se posicionado a favor de Izolda em uma notícia jornal publicada no Diário do Nordeste.

Neste domingo, Ivo Gomes escreveu em sua rede social que "disputas internas, desde que leais, não são problemas. São, ao contrário, sinais de vitalidade". Os irmãos Gomes não participaram da reunião hoje no diretório do partido.

Roberto Cláudio foi prefeito de Fortaleza por dois mandatos e saiu em 2020 cotado como "candidato natural" ao Palácio da Abolição. Já Izolda Cela começou a ganhar força a partir de abril, quando assumiu o governo no lugar de Camilo Santana, que se desincompatibilizou do cargo para disputar o Senado.

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