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Em tese sou totalmente a favor da independência do BC, diz Flávio Rocha

Empresário disse não conhecer projeto em discussão no Congresso, mas afirmou que desconectar mandato do presidente do BC do presidente da República é ideal

Flávio Rocha: "O desinfetante contra a corrupção é o livre mercado" (Nacho Doce/Reuters)

Flávio Rocha: "O desinfetante contra a corrupção é o livre mercado" (Nacho Doce/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 18 de abril de 2018 às 18h06.

Última atualização em 18 de abril de 2018 às 18h11.

O pré-candidato à Presidência da República, Flávio Rocha, se declarou nesta quarta-feira, 18, favorável à independência do Banco Central. Em entrevista coletiva após participar de um evento do banco Santander na capital paulista, o empresário afirmou que não conhece o projeto sobre autonomia do BC que está em discussão no Congresso, mas afirmou que um modelo que desconecte o mandato do presidente do Banco Central do presidente da República é ideal.

"Em tese sou totalmente a favor da independência do Banco Central", disse Flávio Rocha. O presidenciável defendeu ainda as reformas tributária, trabalhista, previdenciária e de redução do tamanho do Estado para aumentar a competitividade no País.

Ele disse que, "em curto prazo", essas medidas fariam o Brasil galgar posições em rankings de abertura econômica. "O desinfetante contra a corrupção é o livre mercado", declarou.

Na reforma da Previdência, Flávio Rocha defendeu uma capitalização do sistema para novos servidores que entrarem no serviço público. Ele também se declarou favorável a privatizar todas as estatais do governo. Se não houver condições políticas para isso, enfatizou, o ideal seria abrir concorrência.

"Essa história de dizer que a Caixa é estratégica, é estratégica para o Geddel Vieira Lima, ex-ministro e ex-vice presidente do banco. A Petrobras poderia ser para o Dirceu ex-ministro do governo Lula. Mas não são estratégicas para o povo brasileiro, que quer eficiência", declarou.

Sobre o programa Bolsa Família, bandeira dos governos do PT, Flávio Rocha disse que não reduziria o programa deliberadamente, mas que seu eventual governo promoveria a criação de empregos que resultaria na diminuição do benefício social.

"Escravidão"

Flávio Rocha, que é dono das lojas Riachuelo, se defendeu das acusações de que sua empresa é alvo de processos judiciais por denúncias de trabalho análogo à escravidão. "Nós somos acusados por blogs sujos, nunca houve nenhuma atividade ligada a trabalho escravo, o que nos torna únicos em nosso setor", disse.

Apesar disso, ele criticou ações trabalhistas que denunciam supostos trabalhos análogos à escravidão no País. "Existe um vazio legislativo, acho que é intencional, do que é trabalho escravo. Tem empresas sendo autuadas por falta de papel higiênico e extintor descarregado. É impressionante o que se faz a título de defender o trabalhador", comentou. O empresário alegou ser vítima de notícias falsas e citou o pré-candidato Guilherme Boulos (PSOL), que teria acusado a empresa de Rocha por trabalho escravo. "Ele está sendo responsabilizado judicialmente por isso", disse o presidenciável do PRB.

Diferenças

Apresentando-se como o único pré-candidato "liberal na economia e conservador nos costumes", Flávio Rocha procurou se diferenciar do deputado Jair Bolsonaro (PSL-RJ), com quem teve conversas antes de se lançar na corrida presidencial.

Ele classificou o parlamentar como um "fenômeno" por ser o único a tocar em temas de valores morais. "Mas carregado demais nas cores e com radicalismo pelo qual ele tem se tornado conhecido", ponderou.

Para Rocha, os outros presidenciáveis ou têm posicionamentos de direta na economia e de esquerda nos costumes ou são pré-candidatos de direita nos costumes mas sem transmitir convicções liberais na economia.

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