Bruno Covas assume neste sábado, 7, o comando da Prefeitura de São Paulo (Heloisa Ballarini/Prefeitura de São Paulo/Fotos Públicas)
Estadão Conteúdo
Publicado em 6 de abril de 2018 às 09h19.
São Paulo - Bruno Covas (PSDB) assume neste sábado, 7, o comando da Prefeitura de São Paulo com o desafio de reconstruir a base aliada na Câmara Municipal para tentar aprovar uma série de projetos robustos e polêmicos herdados da gestão João Doria, como a revisão da Lei de Zoneamento e o Projeto de Intervenção Urbana (PIU) do Arco Jurubatuba.
A crise com a base ficou latente na votação da reforma da Previdência, em março, que acabou sendo suspensa por 120 dias porque o governo não conseguiu reunir o apoio mínimo de 28 votos entre os 55 vereadores.
Doria queria aprovar o projeto que aumenta alíquota de 11% para 14% antes de deixar o cargo, alegando rombo de R$ 4,7 bilhões no sistema municipal, mas a base rachou diante da pressão dos servidores.
Na sequência, o prefeito exonerou 50 funcionários ligados a vereadores que não apoiaram o projeto e ocupavam cargos comissionados nas Prefeituras Regionais.
A represália azedou a relação entre o Executivo e o Legislativo, que pode se estender ao longo do ano por causa das eleições, já que alguns partidos que eram da base, como PSB, PR, PSC e PPS, devem apoiar a reeleição de Márcio França (PSB) a governador na disputa contra Doria em outubro.
Ao todo, a coligação de Márcio França inclui partidos que somam 18 vereadores. Somados aos 11 vereadores de oposição do PT e do PSOL, eles já seriam maioria e poderiam dificultar o governo Covas na cidade.
Integrante da base governista, o vice-presidente da Câmara, Eduardo Tuma (PSDB), afirma que os vereadores desses partidos "saberão separar a questão eleitoral da gestão municipal". Segundo ele, o "governo é Doria-Covas" e vai concluir as promessas feitas na campanha eleitoral até o fim do mandato.
Muitos projetos que estão na Câmara, porém, vão exigir quórum qualificado para serem aprovados, ou seja, apoio de 37 dos 55 vereadores. Um deles é a revisão da Lei de Zoneamento aprovada na gestão Fernando Haddad (PT) e o Arco Jurubatuba, essencial para privatização do Autódromo de Interlagos.
Para Antonio Donato, líder do PT na Câmara, Doria "fez uma política de ataque aos direitos sociais" cortando Leve-Leite e o Passe Livre Estudantil e "será difícil piorar" a situação atual da cidade. "Mas ainda precisamos ver como Covas atuará."
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.