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Em SP, 38% dos alunos vão mal em Matemática

Entre os estudantes, 14,72% alcançaram baixo nível de Escrita e 11,49% de Leitura, segundo os resultados da Avaliação Nacional de Alfabetização (ANA)


	Baixos resultados: entre os estudantes, 14,72% alcançaram baixo nível de Escrita e 11,49% de Leitura, segundo os resultados da Avaliação Nacional de Alfabetização
 (Getty Images)

Baixos resultados: entre os estudantes, 14,72% alcançaram baixo nível de Escrita e 11,49% de Leitura, segundo os resultados da Avaliação Nacional de Alfabetização (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 18 de setembro de 2015 às 11h35.

Estado mais rico do país, São Paulo tem 38,35% de seus alunos do 3º ano do ensino fundamental com domínio do conteúdo de Matemática abaixo do esperado.

Entre os estudantes, 14,72% alcançaram baixo nível de Escrita e 11,49% de Leitura, segundo os resultados da Avaliação Nacional de Alfabetização (ANA).

O Estado obteve o segundo maior porcentual de alunos nos níveis mais altos de proficiência nas três áreas, mas, para especialistas em educação, o desempenho ainda é ruim e insatisfatório.

O porcentual de estudantes de São Paulo nos melhores níveis de proficiência ficou atrás apenas de Minas (em Leitura e Matemática) e Santa Catarina (em Escrita).

Para Ilona Becskehazy, consultora em educação, os resultados desses Estados não são satisfatórios porque, além do baixo número de alunos nas faixas mais altas, as exigências desses níveis são muito pequenas.

"É um escândalo que São Paulo tenha apenas 20,24% de seus alunos com o mais alto índice de proficiência em Escrita, que tem como parâmetro que o aluno saiba escrever, mas não exige que formule frases ou textos com sentido", diz.

Para ela, os parâmetros estão muito abaixo dos padrões de escolas particulares e ainda mais longe de parâmetros internacionais.

Para Maria Márcia Malavasi, professora da Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), São Paulo não tem uma política diferenciada para educação.

"Apesar de ser o Estado mais rico, ainda falta alimentação adequada para os alunos e professores, os salários são baixos e não há recursos pedagógicos suficientes. É toda uma combinação de fatores que não deveria existir."

Wesley da Silva Teles, de 9 anos, está no 4º ano e diz ter pena de alguns colegas de sua sala que ainda não sabem ler e escrever. "Tenho cinco amigos que não conseguem, que têm muita dificuldade para fazer lição. Eu tento ajudar, mas é difícil para eles."

Municípios

A primeira etapa do ensino fundamental, quando ocorre a alfabetização, é em sua maioria feita pelas redes municipais de ensino.

Na capital paulista, 38,99% dos alunos têm nível de proficiência em Matemática abaixo do esperado - em Escrita, o porcentual é de 15,12% e em Leitura, de 12,14%. "São as péssimas ações na educação básica, nas redes municipais e estaduais, que estão colocando nossas crianças cada vez mais em desvantagem", diz Maria Márcia.

Para Ilona, não há perspectiva de mudanças no cenário da educação básica, pois a política para a formação dos professores é insuficiente. Para ela, a Base Nacional Comum, apresentada anteontem pelo Ministério da Educação, também não traz nenhum horizonte positivo.

Procuradas pela reportagem, tanto a Secretaria Estadual da Educação quanto a Secretaria Municipal de Educação destacaram que as redes avançaram no exame, na comparação com o ano anterior e ao se analisar o restante do país.

A estadual destacou ainda, em nota oficial, que São Paulo dobrou seu desempenho em Escrita no nível mais alto e "conseguiu migrar os estudantes que estavam no nível 1 de ensino, o menos adequado, para os demais patamares, passando de 11,6% em 2013 para 4,95% em 2014".

A secretaria municipal ressaltou, também por nota, que neste ano "foi instituído o Núcleo de Apoio e Acompanhamento à Aprendizagem (Naapa), cujo objetivo é apoiar os alunos que apresentam dificuldades de aprendizagem".

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