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Em semana de censura, Brasil cai em ranking de liberdade de imprensa

Segundo a ONG Repórteres Sem Fronteiras, o Brasil perdeu três posições e agora ocupa a 105ª posição entre as 180 nações que compõem a lista

Jornalista no Brasil: "No Brasil, desde a campanha eleitoral, a imprensa se tornou alvo para os apoiadores do presidente Jair Bolsonaro", diz a ONG (Victor Moriyama/Getty Images)

Jornalista no Brasil: "No Brasil, desde a campanha eleitoral, a imprensa se tornou alvo para os apoiadores do presidente Jair Bolsonaro", diz a ONG (Victor Moriyama/Getty Images)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 18 de abril de 2019 às 15h16.

São Paulo — Na mesma semana em que o Supremo Tribunal Federal (STF) determinou a retirada do ar de reportagens sobre o presidente da corte, Dias Toffoli, a ONG Repórteres Sem Fronteiras divulgou o ranking de liberdade de imprensa de 2019.

Na edição deste ano, o Brasil perdeu três posições e agora ocupa a 105ª posição entre as 180 nações que compõem a lista.

"No Brasil, desde a campanha eleitoral, a imprensa se tornou alvo para os apoiadores do presidente Jair Bolsonaro, tanto nas redes sociais quanto durante as coberturas", aponta a ONG.

Entre os vizinhos da América do Sul, apenas Bolívia (113), Colômbia (129) e Venezuela (148) têm condições piores de trabalho para jornalistas que o Brasil.

A entidade ressalta o clima mais hostil no mundo à prática jornalística neste ano. "A hostilidade contra os jornalistas, e até mesmo o ódio transmitido em muitos países por lideranças políticas, resultou em atos de violência mais graves e frequentes, que aumentam os riscos e, como resultado, geram um nível de medo inédito em determinados lugares", argumenta a ONG.

"O número de países onde os jornalistas podem exercer com total segurança sua atividade profissional continua a diminuir, enquanto os regimes autoritários reforçam seu controle sobre os meios de comunicação", afirma.

Apenas 24% dos 180 países na pesquisa oferecem condições boas ou relativamente boas de trabalho aos profissionais da imprensa. No ranking de 2018, a parcela chegava a 26%.

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