Pfizer: a farmacêutica estima iniciar a entrega de doses de sua vacina contra covid-19, aplicada em duas doses, ao governo brasileiro entre abril e maio (Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Estadão Conteúdo
Publicado em 29 de março de 2021 às 17h54.
Última atualização em 29 de março de 2021 às 18h13.
O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, pediu em reunião com representantes da Pfizer nesta segunda-feira que a farmacêutica entregue 50 milhões de doses — parte do contrato de 100 milhões de doses firmado com o governo brasileiro — "o quanto antes" para que o Brasil acelere a campanha de vacinação contra uma doença que já matou mais de 312.000 pessoas no país.
Segundo nota divulgada pelo Ministério da Saúde, Queiroga reuniu-se com a presidente da Pfizer no Brasil, Marta Diez, e com outros representantes da companhia para discutir o cronograma de entregas da vacina.
"Precisamos ampliar nossa capacidade vacinal agora. Convido vocês para fazermos esforços conjuntos para garantir essas vacinas o quanto antes", disse o ministro aos representantes da farmacêutica, de acordo com o ministério.
A Pfizer estima iniciar a entrega de doses de sua vacina contra a covid-19, aplicada em duas doses, ao governo brasileiro entre abril e maio. Segundo a presidente da Pfizer no país, após a chegada do primeiro lote, as entregas passarão a ser escalonadas e semanais.
O cronograma previsto no contrato entre a Pfizer e o Ministério da Saúde projeta 13,5 milhões de doses da vacina no segundo trimestre e 86,5 milhões de doses para o terceiro trimestre deste ano, de acordo com a nota do ministério.
Na primeira audiência no Congresso após assumir o cargo, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, pediu um "voto de confiança" aos parlamentares, defendeu o uso de máscara e o distanciamento social para conter o avanço do novo coronavírus. Em audiência pública na comissão da covid-19 do Senado, Queiroga afirmou ter "carta branca" do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) para escolher uma equipe técnica na pasta.
A audiência é realizada de forma remota. Queiroga usou máscara durante sua participação, feita ao lado de assessores em uma sala do ministério. Desde o início da pandemia de covid-19, ele é o quarto ministro do governo Bolsonaro a assumir o comando da pasta. O médico cardiologista se definiu como um jogador de futebol escalado aos 45 minutos do segundo tempo para cobrar um pênalti e forçar o jogo à prorrogação.
Queiroga reforçou o cronograma do governo de ter 535 milhões de doses da vacina até o fim do ano. Ele afirmou que a meta é disponibilizar a maior parte dos imunizantes nos próximos três meses. "Se todos os brasileiros usassem máscaras, teríamos efeito quase igual ao da vacinação. Usar máscara é uma obrigação de todos os brasileiros", disse.
Cobrado para disponibilizar insumos e leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), o ministro prometeu esforços para viabilizar a importação de insumos para intubação em 15 dias, mas cobrou uma organização dos Estados e municípios. "O ministro da saúde não pode ser o AGR, o almoxarife-geral da República só pra estar cuidando dessa agenda", declarou. "Não é só jogar a bomba aqui pra gente, tem que participar. Vamos compartilhar as responsabilidades. O Ministério da Saúde não pode ficar só enxugando gelo."
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