Jair Bolsonaro: presidente participa de cerimônia comemorativa do 7 de Setembro de 2020 no Palácio da Alvorada (Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Denyse Godoy
Publicado em 7 de setembro de 2020 às 21h49.
Em comemoração ao Dia da Independência, o presidente da República, Jair Bolsonaro, fez um pronunciamento à nação na noite desta segunda-feira, 7.
Durante o discurso de cerca de três minutos, gravado no Palácio da Alvorada, sua residência oficial, e transmitido pela televisão, Bolsonaro reafirmou o compromisso com a Constituição e com a preservação "da soberania, da democracia e da liberdade, valores dos quais nosso país jamais abrirá mão".
"A independência do Brasil merece ser comemorada hoje, dos nossos lares e em nossos corações. A independência nos deu a liberdade para decidir nossos destinos e a usamos para escolher a democracia. Formamos um povo que acredita poder fazer melhor. Somos uma nação temente a Deus que respeita a família e que ama a sua pátria. Orgulho de ser brasileiro", disse o presidente.
Bolsonaro afirmou ainda que, desde a independência, em 1822, o Brasil dizia ao mundo que não seria submisso a qualquer outra nação e que os brasileiros não iriam abdicar da liberdade. O presidente ressaltou a participação da Força Expedicionária Brasileira (FEB) na luta contra o nazismo e o fascismo e também destacou a miscigenação dos brasileiros.
"A identidade nacional começou a ser desenhada com a miscigenação entre índios, brancos e negros. Posteriormente, ondas de imigrantes se sucederam trazendo esperanças que em suas terras haviam perdido. Religiões, crenças, comportamentos e visões eram assimilados e respeitados. O Brasil desenvolveu o senso de tolerância, os diferentes tornavam-se iguais. O legado dessa mistura é um conjunto de preciosidades culturais, étnicas e religiosas, que foram integradas aos costumes nacionais e orgulhosamente assumidas como brasileira", disse.
O presidente ainda mencionou que, "nos anos 1960, quando a sombra do comunismo nos ameaçou, milhões de brasileiros, identificados com os anseios nacionais de preservação das instituições democráticas, foram às ruas contra um país tomado pela radicalização ideológica, greves, desordem social e corrupção generalizada".
Em 1964, o país sofreu um golpe militar que fechou o Congresso Nacional e censurou a imprensa por décadas. Milhares de opositores do governo foram presos e torturados.
Durante o pronunciamento de Bolsonaro hoje, panelaços foram ouvidos em capitais como São Paulo, Salvador, Rio de Janeiro, Recife, Maceió, Florianópolis, Goiânia, Porto Alegre e Brasília.