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Em novo vazamento, Moro sugere que Lava Jato condene "showzinho" de Lula

Maioria dos diálogos ocorreu entre Moro e o procurador Carlos Fernando dos Santos Lima; Deltan surge novamente

Sergio Moro: parte 6 dos vazamentos do The Intercept Brasil mostram o então juiz pedindo para nota ser expedida (Rafael Marchante/Reuters)

Sergio Moro: parte 6 dos vazamentos do The Intercept Brasil mostram o então juiz pedindo para nota ser expedida (Rafael Marchante/Reuters)

Tamires Vitorio

Tamires Vitorio

Publicado em 14 de junho de 2019 às 22h02.

Última atualização em 15 de junho de 2019 às 09h31.

São Paulo — Um novo vazamento divulgado pelo site The Intercept Brasil nesta sexta-feira (14) afirma que Sergio Moro, ministro da Justiça e Segurança Pública, quando ainda era juiz, pediu ao procurador da Lava Jato para que uma nota fosse emitida para a imprensa para rebater o que chamou de — segundo as mensagens — "showzinho" da defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no caso do tríplex do Guarujá.

A maioria dos diálogos do vazamento ocorreu entre Moro e o procurador Carlos Fernando dos Santos Lima no aplicativo de mensagens Telegram. "Talvez vocês devessem amanhã editar uma nota esclarecendo as contradições do depoimento com o resto das provas ou com o depoimento anterior dele", escreveu o então juiz em uma das mensagens.

Minutos depois, Santos Lima pediu para um grupo de assessores de imprensa do MPF Paraná que conseguissem arranjar uma entrevista com a Globo de Recife sobre a audiência. Em seguida, falou com Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da operação em Curitiba. "Teria que ser uma nota, para proteger e diminuir riscos", escreveu Deltan. 

Em resposta, a assessoria de Moro enviou a seguinte nota para a imprensa:

“O Ministro da Justiça e Segurança Pública não reconhece a autenticidade e não comentará supostas mensagens de autoridades públicas colhidas por meio de invasão criminosa de hackers e que podem ter sido adulteradas e editadas. Reitera-se a necessidade de que o suposto material, obtido de maneira criminosa, seja apresentado a autoridade independente para que sua integridade seja certificada.”

*Atualizado às 9h30 do dia 15/06 com o posicionamento da assessoria do ministro

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