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Em Nova York, Doria busca compradores para estatais paulistas

Governador paulista que atrair 10 bilhões de reais em desestatizações, enquanto é recebido no mesmo museu que rejeitou Bolsonaro

João Doria: Ao todo, pelo menos 21 projetos de concessão e PPPs já foram ofertados aos fundos norte-americanos, que demostraram interesse de parceria (Adriano Machado/Reuters)

João Doria: Ao todo, pelo menos 21 projetos de concessão e PPPs já foram ofertados aos fundos norte-americanos, que demostraram interesse de parceria (Adriano Machado/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 13 de maio de 2019 às 06h56.

Última atualização em 13 de maio de 2019 às 07h55.

Em mais um movimento para cumprir a promessa de campanha de desestatizar empresas paulistas, nesta segunda-feira, 13, o governador de São Paulo, João Doria, está em Nova York, nos Estados Unidos, para uma jornada de encontros com fundos de investimentos estrangeiros. A expectativa é atrair pelo menos 10 bilhões de dólares em concessões e parcerias público-privadas (PPP) em áreas como infraestrutura, ferrovias e aeroportos.

Ao todo, pelo menos 21 projetos de concessão e PPPs já foram ofertados aos fundos norte-americanos, que demostraram interesse de parceria, segundo informou Doria à agência de notícias EFE. Um dos grandes objetivos do governador é usar a viagem, que vai até a próxima quinta-feira, 16, para avançar na privatização da Ferroanel Norte, ramal ferroviário de 53 quilômetros que deverá interligar a capital paulista, Santos, Vale do Paraíba e Campinas. 

Desde a campanha pelo governo de São Paulo, no ano passado, Doria prometeu desestatizar o maior número de empresas possível, e anunciou planos para PPPs e concessões em ao menos 220 projetos. Foi o que aconteceu no último mês de março com o parque Ibirapuera, um dos principais pontos turísticos da cidade de São Paulo que foi concedido por 35 anos à empreiteira Construcap. A concessão, que trouxe 70,5 milhões de reais ao estado, gerou polêmica porque a empresa vencedora já teve um de seus donos preso pela operação Lava-Jato.

A visita oficial de Doria a Nova York acontece ainda após o cancelamento do evento da Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos que iria homenagear o presidente Jair Bolsonaro (PSL) no Museu Americano de História Natural. A solenidade, que estava marcada para o próximo dia 14, foi abolida pela própria instituição, que disse não concordar com a postura do presidente brasileiro. Até mesmo o prefeito de Nova York, o democrata Bill de Blasio, chegou a dizer que Bolsonaro não seria bem-vindo na cidade. O mesmo museu, no entanto, deverá receber Doria, eleito sob o mote “Bolsodoria”, no próximo dia 15, quando o governador será uma das principais presenças em um evento global do setor de cana de açúcar. 

A viagem desta semana faz Doria, que não nega suas pretensões presidenciais, se descolar cada vez mais da imagem de “Bolsodoria” que usou para se eleger. Após a derrota avassaladora do antigo padrinho político Geraldo Alckmin nas eleições de 2018, o governador paulista passou a incorporar a alcunha de líder do PSDB, com seus aliados dominando o partido e expulsando desafetos. O político não nega ainda uma possível fusão com o DEM, para aumentar o tempo de TV quando as coligações vierem a ser proibidas por lei no próximo pleito.

Para João Doria, 2022 está logo ali. Antes de se mostrar como opção ao resto do Brasil, contudo, precisará convencer os paulistas como governador – algo que não conseguiu na capital, onde, após menos de dois anos de mandato como prefeito e uma polêmica saída no meio do caminho, perdeu para Marcio França (PSB) nas eleições do ano passado.

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