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Em MS, Alckmin volta a defender armamento de produtores rurais

Ao adotar discurso mais duro na segurança pública, Alckmin tenta ganhar espaço entre eleitores de Bolsonaro

Geraldo Alckmin (Adriano Machado/Reuters)

Geraldo Alckmin (Adriano Machado/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 1 de julho de 2018 às 10h03.

São Paulo - Em encontro com empresários do setor produtivo de Mato Grosso do Sul, o pré-candidato do PSDB à presidência da República, Geraldo Alckmin, voltou a afirmar neste sábado, 30, que, se eleito, vai facilitar o armamento na zona rural para coibir as invasões de fazendas.

"Na questão da invasão: é intolerável, conflitos e invasões. As ações vão ser para coibir ameaças no ambiente produtivo. Na área urbana você pode ligar para o 190, mas na área rural? Área rural é diferente e vamos facilitar o armamento para zona rural", afirmou o ex-governador na sede da Federação das Indústrias de Mato Grosso do Sul (Fiems).

O tucano, que é defensor do Estatuto do Desarmamento, já havia dito em maio que pretendia facilitar o porte de armas para a população na zona rural.

Ao adotar um discurso mais incisivo na área da segurança pública, Alckmin procura também disputar espaço com o presidenciável do PSL, Jair Bolsonaro, que tem o segmento como um dos principais motes de campanha.

Na pesquisa CNI/Ibope divulgada na quinta-feira passada, 28, no cenário sem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT),Bolsonaro aparece na liderança com 17% das intenções de votos - empatado no limite da margem de erro de dois pontos porcentuais com Marina Silva (Rede), que tem 13%. Alckmin aparece em quarto, com 6%, empatado tecnicamente com Ciro Gomes (PDT), que tem 8%.

Fronteira

Na agenda em Mato Grosso do Sul, Estado que tem 1,6 mil quilômetros fronteiras de com a Bolívia e o Paraguai, Alckmin também prometeu dar atenção especial à região, no combate ao tráfico de drogas, armas e contrabando.

Alckmin elencou cinco medidas a serem adotadas para combater os crimes de fronteira: tecnologia, ações diplomáticas, inteligência, criação de uma polícia nacional e leis mais duras.

"Combater os crimes não é fácil, mas precisamos investir em tecnologia, ampliar o Sisfron [Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras] para ter o controle dessa região", sustentou.

O presidenciável declarou ainda que pretende criar a Agência Nacional de Inteligência, que vai reunir especialistas em segurança para traçar estratégias de combate. "Vou reunir os melhores especialistas de segurança para integrar a inteligência de informações", disse.

Alckmin também falou da Guarda Nacional Permanente, que deverá ser criada com profissionais federais. "Nós temos a Força Nacional, que é formada por policiais dos Estados. Então, a gente enfraquece uma ponta para formar a outra. Isso não pode ser assim", afirmou.

Além disso, o tucano defendeu pactos com os países vizinhos - Paraguai e Bolívia - para articular ações de prevenção e combate aos crimes de fronteira. "É preciso o combate do tráfico de drogas e armas. Mato Grosso do Sul não produz droga, Brasil não produz droga, produzimos soja, milho, algodão, café. Não produzimos cocaína, isso vem de fora", disse.

Por fim, enfatizou que a responsabilidade das ações não pode recair sobre os Estados e que a lei sobre os crimes de fronteira devem ser mais rígidas. "O governo federal tem a liderança do trabalho. Tráfico de drogas é crime federal, contrabando é crime federal, descaminho é crime federal", finalizando que "para o crime organizado a legislação precisa ser mais dura", destacou.

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