Brasil

Em hospital, papa Francisco condena "praga do narcotráfico"

Francisco se pronunciou durante sua visita ao hospital São Francisco de Assis, no Rio de Janeiro, dedicado à recuperação de jovens dependentes químicos

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 24 de julho de 2013 às 20h33.

Rio de Janeiro - O papa Francisco se mostrou contrário à legalização do consumo de drogas e disse nesta quarta-feira que não é assim que o uso de entorpecentes e a influência da dependência química vão diminuir, mas que é preciso enfrentar a raiz do problema, educando os jovens nos valores da vida comum.

Francisco fez este pronunciamento durante sua visita ao hospital São Francisco de Assis, no Rio de Janeiro, dedicado à recuperação de jovens dependentes químicos.

O papa condenou "a praga do narcotráfico", que "favorece a violência e semeia a dor e a morte".

"Quantos mercadores de morte seguem a lógica do poder e do dinheiro a todo custo! A praga do narcotráfico, que favorece a violência e semeia dor e morte, exige um ato de coragem de toda a sociedade", disse.

E acrescentou: "Não é a liberação do consumo de drogas, como se discute em várias partes da América Latina, que irá reduzir sua difusão e a influência da dependência química. É necessário enfrentar os problemas que estão na base de seu uso, promovendo uma maior justiça, educando os jovens para os valores que constroem a vida comum, acompanhando quem está em dificuldade e dando esperança no futuro".

Francisco manifestou que é necessário olhar para os demais com o amor de Cristo e aprender a abraçar aqueles que estão em necessidade, para expressar proximidade, afeto e amor.

"Mas abraçar não é suficiente. Estendamos a mão a quem se encontra em dificuldade, a quem caiu no abismo da dependência, talvez sem saber como, e dizer-lhe: 'você pode se levantar, pode subir; é difícil, mas é possível se você quiser'", ressaltou.


Francisco lançou uma mensagem de esperança aos jovens dependentes, mas disse que é necessário que eles queiram sair dessa situação.

"Encontrará a mão estendida de quem quer ajudar, mas ninguém pode subir no seu lugar", declarou o papa que garantiu que a igreja e muitas pessoas estão com eles.

Francisco lhes dirigiu o olhar confiante: "A travessia é longa e cansativa, mas olhem para frente, há um futuro certo que se coloca em uma perspectiva diversa das propostas ilusórias dos ídolos do mundo, mas que dá um impulso e uma força nova à vida de todos os dias".

"Quero repetir a todos: não deixem que lhes roubem a esperança. Mas digo também: Não roubemos a esperança, pelo contrário, façamo-nos todos portadores de esperança", disse Francisco.

O Bispo de Roma também teve palavras de estímulo para os familiares dos dependentes e lhes disse que a Igreja "não é alheia" a seu sofrimento e lhes acompanha com afeto.

O pontífice chamou o hospital de "santuário particular do sofrimento humano" e comentou, lembrando a vida de São Francisco de Assis, que a verdadeira riqueza e o que dá a autêntica alegria não são as coisas, mas seguir Cristo e servir os demais.

O papa contou que um dos momentos menos conhecido da vida de São Francisco foi quando abraçou um leproso e declarou que ele também queria abraçar cada um dos jovens ali.

Abraçou dois e um deles lhe abraçou como um filho a um pai, enquanto chorava da emoção.

Acompanhe tudo sobre:DrogasJornada Mundial da JuventudePapa FranciscoPapasReligiãoTráfico de drogas

Mais de Brasil

Após ordem de Moraes, Anatel informa que operadoras bloquearam acesso ao Rumble no Brasil

Justiça Eleitoral condena Marçal por abuso de poder e o declara inelegível

Alexandre de Moraes determina suspensão do Rumble no Brasil

ViaMobilidade investirá R$ 1 bilhão nas linhas 8 e 9 para reduzir intervalos e reformar estações