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'Em hipótese nenhuma' Maduro vai usar o Brasil para invadir a Guiana, diz ministro da Defesa

Ministro ainda classificou como "insensatez" e "manobra política" do presidente venezuelano Nicolás Maduro a investida contra o país vizinho

Múcio afirmou, no entanto, que o Brasil não irá se envolver em um eventual conflito (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Múcio afirmou, no entanto, que o Brasil não irá se envolver em um eventual conflito (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Estadão Conteúdo
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Agência de notícias

Publicado em 11 de dezembro de 2023 às 16h58.

Última atualização em 11 de dezembro de 2023 às 17h09.

O ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, afirmou nesta segunda-feira, 11, que as Forças Armadas não vão permitir "em hipótese nenhuma" que o Exército venezuelano entre em território brasileiro para invadir a Guiana. Segundo Múcio, outra hipótese avaliada pela Defesa seria a de uma invasão marítima, mas que é dificultada pela geografia da região da Guiana Essequiba, que é composta de florestas densas.

"Eles só chegarão pela Guiana se passassem pelo território brasileiro, e nós não vamos permitir em hipótese nenhuma", afirmou o ministro da Defesa.

A intenção do governo brasileiro de impedir o uso do território brasileiro como local de passagem para um eventual tentativa da Venezuela de invadir a Guiana cria uma dificuldade logística para as tropas de Maduro por conta das características da região.

Brasil isento no conflito

Múcio afirmou, no entanto, que o Brasil não irá se envolver em um eventual conflito. O ministro admitiu que as Forças Armadas brasileiras vão reforçar seu efetivo em Roraima, próximo à fronteira com Guiana e Venezuela. Ele alegou que o reforço de veículos do Exército para a região já era algo planejado pelo governo federal, mas que foi acelerado para evitar "qualquer problema" na tensão diplomática que existe na região.

"O Brasil não vai se envolver em hipótese nenhuma. O presidente [Luiz Inácio Lula da Silva] dá consciência disso e nós já reforçamos. Já era ideia nossa reforçar Roraima porque Roraima tem o problema dos índios, problema dos garimpeiros, problema de drogas, problema de todo mundo. Evidentemente que precipitamos e estamos aumentando o contingente lá em um tempo mais curto para evitar qualquer problema", disse o ministro da Defesa.

Pressão

Após a pressão brasileira e um telefonema de Lula para o ditador venezuelano, ficou marcado para esta próxima quinta-feira, 14, um encontro entre Maduro e o presidente guianense, Irfaan Ali, na ilha caribenha de São Vicente e Granadinas. O governo federal escalou para a reunião o chefe da assessoria especial da Presidência, Celso Amorim.

Conforme mostrou o "Estadão", o Exército enviou 20 blindados para Roraima após o ditador venezuelano, Nicolás Maduro, anunciar a vitória do plebiscito que chancela as suas pretensões de anexar um terço do território da Guiana. Os veículos partiram do Mato Grosso do Sul, Paraná e Rio Grande do Sul.

Nesta quinta-feira, 7, dois militares ficaram feridos após um caminhão da Força explodir na BR-401, rodovia que dá acesso à fronteira entre o Brasil e a Guiana. Eles foram socorridos com ferimentos leves e encaminhados para um hospital em Boa Vista, capital roraimense. De acordo com o Exército, as causas do acidente ainda estão sendo apuradas.

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