Marielle Franco: defesa afirmou que a visita do delegado a seu cliente foi para pressioná-lo a confessar a participação na morte da vereadora (Ricardo Moraes/Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 14 de maio de 2018 às 19h21.
Última atualização em 14 de maio de 2018 às 19h22.
O advogado do ex-PM Orlando Oliveira de Araújo, um dos suspeitos de envolvimento na morte da vereadora Marielle Franco, solicitou à Secretaria de Administração Penitenciária a transferência de seu cliente, que está preso em Bangu 1. Segundo Renato Darlan, Araújo já sofreu uma tentativa de envenenamento e está em greve de fome há quatro dias.
Darlan esteve na Delegacia de Homicídios onde tentou, sem sucesso, ter acesso ao depoimento da testemunha que teria apontado Araújo e o vereador Marcello Siciliano (PHS) como mandantes do assassinato da vereadora. Ele contou que tampouco conseguiu falar com o delegado responsável pelo caso, Giniton Lages, que esteve em Bangu 1 na quinta-feira para conversar pessoalmente com Araújo.
"O Orlando está em greve de fome absoluta, está debilitado, nem sei como vou encontrá-lo", explicou o advogado. "Consideramos que isso seja uma espécie de tortura emocional, de tentar fazer com que ele fale coisas que não sabe."
Na última sexta-feira, Darlan afirmou que a visita do delegado a seu cliente foi para pressioná-lo a confessar a participação na morte de Marielle e de seu motorista Anderson Gomes. A Secretaria de Segurança confirmou que o delegado esteve em Bangu 1 e se encontrou com o ex-PM, mas disse que foi a pedido do preso.
"Não haveria o menor sentido o Orlando chamar o delegado para conversar e fazer essa proposta louca de assumir um crime que não é dele", garantiu Darlan.