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Em evento no Rio, Mourão elogia discurso de Bolsonaro na ONU

Vice-presidente destacou fala de Bolsonaro sobre repercussão mundial devido às queimadas que vêm ocorrendo na Amazônia há mais de um mês

Bolsonaro na ONU: presidente discursou em reunião da Organização das Nações Unidas (Carolina Antunes/PR/Flickr)

Bolsonaro na ONU: presidente discursou em reunião da Organização das Nações Unidas (Carolina Antunes/PR/Flickr)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 24 de setembro de 2019 às 17h09.

O discurso do presidente Jair Bolsonaro na Organização das Nações Unidas (ONU), na manhã desta terça-feira, 24, foi elogiado pelo presidente em exercício, Hamilton Mourão, em palestra no Clube Militar do Rio de Janeiro. "O presidente hoje foi incisivo, direto e soberano", afirmou Mourão, destacando a parte do discurso em que o presidente falou sobre repercussão mundial devido às queimadas que vêm ocorrendo na região há mais de um mês.

"A Amazônia não é o pulmão do mundo, não é patrimônio da humanidade, é patrimônio brasileiro e compete à gente protege-la", disse, repetindo a fala de Bolsonaro na ONU.

De acordo com Mourão, queimada na Amazônia é igual 7 de setembro "todo ano tem", brincou, lembrando que o período seco no Brasil na região amazônica ocorre entre agosto, setembro e outubro.

Ele afirmou ainda que o governo quer resolver a questão fundiária da região amazônica, que, segundo Mourão, vai custar "milhões de dólares ao governo, e se a Alemanha quiser financiar tudo bem, será bem-vindo", disse irônico, depois do governo ter aberto mão dos recursos da Alemanha para o Fundo Amazônia.

Maior democracia do Hemisfério Sul

Em seu discurso, Mourão afirmou a uma plateia repleta de militares que o governo Bolsonaro tem como missão fazer do Brasil "a democracia mais liberal do Hemisfério Sul".

Ele destacou que o primeiro passo do governo está sendo "resgatar a gestão econômica", retirando o peso da "ineficiência do Estado para quem trabalha e produz". Para o presidente em exercício, o grande número de funcionários públicos são fruto do "aparelhamento de governos anteriores", e ressaltou que somente o Ministério da Educação tem 100 mil funcionários contratados entre 2007 e 2013.

"Isso é aparelhamento. O presidente Bolsonaro colocou a nossa missão de restaurar e reerguer a pátria, libertando da corrupção e da submissão ideológica, esses são os nossos vetores para fazer do Brasil a democracia mais liberal do Hemisfério Sul, o que gerações e mais gerações desse clube (militar) vieram buscando ao longo dos últimos 100 anos", declarou.

O presidente em exercício disse ainda ter ficado surpreso de não encontrar uma sala de situação no Palácio do Planalto, e que seu projeto é implantar uma assim que possível, "e bem baratinha".

Usada para momentos de crise e para criar estratégias governamentais, a sala de situação seria montada em parceria com a Casa Civil, informou o militar.

"Vamos ensinar a turma da Casa Civil a fazer isso", disse durante a fase de debates após a palestra no Clube Militar do Rio de Janeiro.

Reforma tributária

Mourão também disse que a tendência é que a reforma tributária seja formada por um casamento dos textos da Câmara dos Deputados e do Senado Federal. Ele avaliou que será preciso muita negociação, mas que a previsão é de que o texto seja votado no primeiro semestre do ano que vem.

"Juntas, a reforma da Previdência e a tributária serão vitórias inimagináveis e vão dar outro diapasão para o País", afirmou Mourão.

Caso Ágatha

Em seu discurso, o presidente em exercício voltou a defender a polícia e culpar o tráfico pela morte da menina Ágatha Félix, de 8 anos, na última sexta-feira no Complexo do Alemão. Ele criticou quem culpa a polícia pela tragédia.

"Quando temos a tragédia da morte de uma criança de 8 anos de idade, vemos uma guerrilha do narco brasileiro, no entanto, parcela da opinião pública, levada à frente por aqueles que têm visão atrasada, coloca a polícia como inimigo e o bandido como defensor da liberdade", afirmou.

Ele repetiu ainda que o Estado está impedido de entrar nas favelas, e isso facilita o crescimento do tráfico no País, e principalmente no Rio de Janeiro. "É o que falei da tragédia da Ágatha, é o Estado que tem que estar presente, não é o traficante que tem que dar luz, temos que romper esse assunto", afirmou.

Ágatha Félix morreu atingida por uma bala perdida quando estava em uma Kombi no bairro Fazendinha, no Complexo do Alemão, um conjunto de favelas do Rio de Janeiro. A polícia ainda investiga as causas da tragédia.

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