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Em evento, Dilma chama Bolsonaro de "coiso" e Temer de "usurpador"

Apesar da manifestação, Dilma se recusou a tirar uma foto com um cartaz da campanha "Ele Não", com uma imagem do candidato do PSL

Dilma: candidata ao Senado pelo PT chamou nesta segunda-feira, 24, o presidenciável do PSL, Jair Bolsonaro, de "coiso" (Mario Tama/Getty Images)

Dilma: candidata ao Senado pelo PT chamou nesta segunda-feira, 24, o presidenciável do PSL, Jair Bolsonaro, de "coiso" (Mario Tama/Getty Images)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 25 de setembro de 2018 às 10h10.

Belo Horizonte - Candidata ao Senado pelo PT de Minas Gerais, a presidente cassada, Dilma Rousseff, chamou nesta segunda-feira, 24, o presidenciável do PSL, Jair Bolsonaro, de "coiso" e o presidente Michel Temer de "usurpador". As afirmações foram feitas durante um evento em Belo Horizonte com lideranças de movimentos negros. A ex-presidente fez diversas críticas ao deputado federal.

"Acho que é o momento mais delicado da vida política do Brasil. O 'coiso' é a barbárie, 'o coiso' é negar todos os direitos que nós conquistamos nas últimas décadas", disse Dilma no ato "Por uma Minas Gerais sem Racismo", que teve a participação de cerca de 100 pessoas.

Dilma ainda voltaria a chamar Bolsonaro de "coiso", após uma crítica ao governo de Michel Temer - chamado pela petista de "usurpador" -, que afirmou nesta segunda-feira que pretende voltar a tentar colocar a Reforma da Previdência em votação no Congresso. "Numa entrevista, o presidente usurpador disse que vai apresentar a Reforma da Previdência novamente. Como se ele tivesse o menor espaço para fazer isso, a não ser que o coiso seja eleito."

A plateia então reagiu com gritos de "Ele não" e Dilma completou: "Grande manifestação de consciência de vocês". Apesar da manifestação, Dilma se recusou a tirar uma foto com um cartaz da campanha "Ele Não", com uma imagem do candidato do PSL, que recebeu de uma eleitora que acompanhava o evento.

As críticas da candidata ao Senado atingiram também movimentos que ganharam repercussão durante o processo de impeachment, em 2016, chamados pela petista de "extrema direita", como o Movimento Brasil Livre (MBL) e o Vem pra Rua. "Você cria um mundo de espetáculo em que é muito mais importante você ver um salvador da pátria, que salva a pátria destilando ódio, do que construindo uma sociedade de respeito", afirmou.

Pedindo votos para o candidato petista à Presidência, Fernando Haddad, e para o postulante ao governo de Minas Gerais, Fernando Pimentel, que tenta a reeleição, Dilma afirmou ser importante que a militância faça campanha no "corpo a corpo". "Influenciando aqueles que são próximos a nós. Não no sentido nocivo da palavra, mas é persuadir, é discutir, esclarecer e debater", disse.

No evento, Dilma acompanhou a filiação de sua ex-ministra Nilma Lino Santos ao PT de Minas Gerais. Nilma comandou o Ministério das Mulheres, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos entre janeiro e outubro de 2015.

Igualdade

Durante o ato, Dilma lembrou de alguns projetos que visavam ampliar as políticas de inclusão social, aprovados por ela e pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, hoje condenado e preso na Lava Jato, como a manutenção da política de cotas no ingresso das universidades federais. "Ou nós encaramos a questão da desigualdade social como uma questão racial, ou não encaramos de fato a questão social", disse.

Após pedir votos para a coligação petista, Dilma afirmou a necessidade de se manter a democracia para voltar a haver avanços nas igualdades racial, social e de gênero. "Sem a democracia, não vamos avançar em nenhum processo de inclusão social."

Além de falar sobre questões raciais e de igualdade, Dilma dedicou boa parte de seu discurso para tratar da violência contra mulheres. "Não é só o jovem negro, a mulher negra também é objeto, porque ela não é sujeito para a sociedade e para as classes ricas", declarou.

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