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Repórter de Brasil e Economia
Publicado em 2 de fevereiro de 2024 às 20h53.
Última atualização em 2 de fevereiro de 2024 às 21h09.
A ex-prefeita de São Paulo, Marta Suplicy, disse na noite desta sexta-feira, 2, que o convite do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para retornar ao Partidos dos Trabalhadores e ser candidata a vice-prefeita na chapa com Guilherme Boulos (PSOL) foi uma convocação, e que volta para contribuir em um projeto importante para São Paulo e para o Brasil.
“São Paulo precisa de uma administração que pense a cidade com diversidade econômica, social e com olhar atento aos mais excluídos. Além disso, todos nós estamos convocados para sermos bastiões da resistência democrática”, disse Marta Suplicy, na casa de Portugal, localizado na zona central da capital paulista.
Marta disse ainda está mais madura e experiente, e retorna para a sua raiz. “Eu estou de volta ao meu aconchego e minha raiz. O PT nunca saiu de dentro de mim”, afirmou.
Marta volta ao Partidos dos Trabalhadores (PT) para ser candidata a vice-prefeita em uma chapa com Guilherme Boulos (PSOL) com a benção e de Lula. Em ato simbólico, o presidente assinou a filiação da ex-prefeita.
Minutos antes, Boulos, deputado federal e pré-candidato à prefeitura, disse que a chapa com a Marta será para “derrotar o bolsonarismo” em São Paulo e “devolver a cidade para o povo”.
“Queremos formar essa frente ampla pela democracia para derrotar os extremistas. Mas principalmente, queremos ganhar a eleição para devolver a cidade para o povo. São Paulo precisa de um governo que olha para as periferias”, disse o psolista.
Boulos disse ainda que a chapa vai unir a “experiência administrativa” de Marta com a sua “coragem de lutar pelo povo”.
“Será a aliança dos CEUs com a moradia popular, do bilhete único com as cozinhas populares, da experiência administrativa com a coragem de lutar pelo nosso povo. Vai ser essa parceria que vai governar São Paulo”, concluiu.
Quase 2.000 militantes, de acordo com a organização do evento, enfrentaram uma longa fila para entrar no salão principal, com capacidade para 1.200 pessoas, segundo o site da Casa de Portugal. Outras dezenas de pessoas acompanharam o evento do lado de fora com bandeiras e camisetas vermelhas.
Antes de o evento começar, o deputado estadual, Eduardo Suplicy, casado com Marta por quase 40 anos antes do divórcio em 2001, cantou “Eu sei Que vou te amar”, de Vinicius de Moraes e Tom Jobim, e "Blowing in the wind" quando a ex-prefeita ainda não estava no palco. Antes do deputado, um cantor animava o público presente.
O primeiro discurso foi da presidente do PT, Gleisi Hoffmann. Ela disse que Marta saiu do PT, mas o PT nunca saiu dela.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, também discurso e celebrou a aliança entre Marta e Boulos.
Marta deixou o PT em 2015 após 33 anos, acusando o partido de ser “protagonista de um dos maiores escândalos de corrupção” do país. Após saída, a ex-prefeita foi para o MDB e teve uma rápida passagem pelo Solidariedade. Hoje, ela não é filiada a nenhuma legenda.
Em 2016, a então senadora pelo estado de São Paulo votou a favor do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff e chegou a entregar um buquê de flores a Janaina Paschoal, uma das autoras do pedido de afastamento da ex-presidente.
A reaproximação de Marta e o PT começou no início de janeiro, com uma reunião da ex-prefeita com Lula no Palácio do Planalto.
Após a reunião, ela aceitou retornar à legenda e ainda ser a vice na chapa de Guilherme Boulos. Marta era secretária de Relações Internacionais da gestão do prefeito Ricardo Nunes (MDB), que tenta a reeleição e é o principal adversário de Boulos na corrida do próximo ano.