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Bolsonaro tem encontro informal com Macron após divergências sobre agenda

Encontro bilateral havia sido cancelada pelo Brasil na sequência de críticas de Macron, mas assessoria francesa diz que reunião nem estava na agenda oficial

Macron e Bolsonaro no G20, 28/06/2019 (Clauber Cleber Caetano / PR/Flickr)

Macron e Bolsonaro no G20, 28/06/2019 (Clauber Cleber Caetano / PR/Flickr)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 28 de junho de 2019 às 08h14.

Última atualização em 28 de junho de 2019 às 10h41.

Osaka — O presidente Jair Bolsonaro se encontrou com o presidente da França, Emmanuel Macron, após idas e vindas sobre a realização da reunião. Depois de a presidência anunciar uma reunião bilateral com o francês e, posteriormente, o cancelamento do encontro, os dois tiveram uma agenda informal durante o G-20, no Japão, nesta sexta-feira (28).

Nessa quinta-feira (27), o francês havia ameaçado não assinar nenhum tratado comercial com o Brasil caso Bolsonaro saia do acordo climático de Paris. A declaração tem potencial de colocar em risco os trabalhos de negociações comerciais entre a União Europeia e o Mercosul. No encontro, Bolsonaro reiterou o compromisso de permanecer no Acordo de Paris e convidou o francês para visitar a Amazônia.

O cancelamento da reunião havia sido informado pela assessoria do Planalto, logo na sequência de críticas feitas por Macron à política ambiental de Bolsonaro. Horas depois, no entanto, os dois se reuniram.

Uma verdadeira batalha de informações e contrainformações sobre a reunião entre os presidentes se desenrolou durante o primeiro dia do encontro em Osaka. Quando a reunião ainda estava confirmada na agenda do brasileiro, a imprensa e assessoria francesas afirmaram que não havia previsão de um encontro bilateral de Macron com Bolsonaro.

Pouco depois, o encontro foi oficialmente cancelado pelo lado brasileiro. No final do dia, o porta-voz da Presidência, general Otávio Rêgo Barros, afirmou que na verdade o time de Macron tentou mudar a bilateral para um encontro às 23h da quinta, 27, o qual Bolsonaro teria rejeitado.

De frente com Angela Merkel

Depois de ser criticado pela líder alemã e rebatê-la de forma contundente, o presidente e Angela Merkel tiveram um encontro breve no G20. Na véspera da estreia de Bolsonaro na reunião de cúpula do grupo dos 20 países mais desenvolvidos e industrializados do mundo (G-20), o presidente brasileiro respondeu às críticas da alemã à política ambiental do Brasil.

Merkel disse ver com grande preocupação as ações de Bolsonaro sobre desmatamento no Brasil e afirmou que abordaria o brasileiro sobre o tema nos corredores do encontro. Os dois não tiveram um encontro bilateral formal agendado.

Ao desembarcar em Osaka, no Japão, para o encontro do G-20, Bolsonaro contestou a chanceler alemã e disse que o País "tem exemplo para dar para a Alemanha" sobre meio ambiente. Ele também afirmou, depois, durante uma transmissão ao vivo na cidade japonesa, que não vai receber "pito" de ninguém. Foi uma referência a pressões internacionais envolvendo a questão ambiental no atual governo.

O porta-voz da Presidência, general Otávio Rêgo Barros, confirmou que os dois tiveram uma conversa rápida e reservada nesta sexta-feira, mas não falou quais temas foram tratados na reunião. Ele afirmou que o tom do encontro foi "como deve ser o tom de conversa de dois líderes de dois países do mundo", sem dar mais informações à imprensa.

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