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Em dólar, salário da indústria sobe 154% desde o Real

Reajuste salariais e valorização da moeda brasileira aumentam o poder de consumo dos trabalhadores, mas afeta a competitividade da indústria

Salário maior em dólar aumenta o poder de compra da população, mas eleva os custos de indústrias, como a automobilística. (Arquivo)

Salário maior em dólar aumenta o poder de compra da população, mas eleva os custos de indústrias, como a automobilística. (Arquivo)

DR

Da Redação

Publicado em 31 de outubro de 2010 às 08h26.

Os salários pagos pela indústria paulista, em dólares, estão 154% acima dos de junho de 1994, quando começou o Plano Real e a economia se estabilizou. O real forte e o mercado de trabalho aquecido elevaram a remuneração dos trabalhadores em moeda forte para o maior nível em 16 anos. O cálculo da relação entre câmbio e salário foi feito pela consultoria Rosemberg & Associados, com base na série de câmbio do Banco Central (BC) e de emprego da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Em relação a setembro de 2002, quando o real se desvalorizou antes da eleição de Lula, a alta dos salários em dólares chega a 286%, quase três vezes mais.

O fenômeno provocou dois efeitos: aumentou o poder de compra da população, mas elevou os custos das indústrias. “Os salários subiram de maneira espantosa em dólares. É claro que tem efeito na competitividade das empresas”, diz José Pastore, professor da Universidade de São Paulo (USP).

Graças ao câmbio forte, os brasileiros têm acesso a mais produtos importados, como carros e celulares de última geração. As importações de bens de consumo cresceram 50% de janeiro a setembro, absorvidas por uma população que tem mais dinheiro no bolso. Os economistas preveem expansão de 7% da massa de salários este ano.

“Com o desemprego em seu nível mais baixo, o poder de barganha dos trabalhadores aumentou”, ressalta Fábio Romão, economista da LCA Consultores. Conforme o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), 2010 será o ano com recorde de reajustes salariais de mais de 5% acima da inflação. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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