99Food: entrega de comida e produtos por aplicativos é feita por 485 mil pessoas no país (99Food/Divulgação)
Colaboradora
Publicado em 17 de outubro de 2025 às 10h01.
O trabalho por meio de plataformas digitais deu um salto no Brasil entre o final de 2022 e meados de 2024.
Segundo a Pnad Contínua, divulgada pelo IBGE, nesta sexta-feira, 17, o número de pessoas trabalhando por aplicativos teve um crescimento de 25,4%, atingindo a marca de 1,7 milhão de cidadãos no terceiro trimestre de 2024. No período, houve um aumento de 335 mil pessoas no total de trabalhadores por aplicativo.
Com isso, o contingente de trabalhadores por apps representa 1,9% da população ocupada no país, uma alta de 0,4 ponto percentual em dois anos.
A presença do modelo é maior no Sudeste, onde 2,2% dos trabalhadores o utilizam. No Norte, Nordeste e Sul, a porcentagem é de 1,2%.
Com base no novo levantamento, o cenário atual mostra que o trabalho por aplicativos vem se firmando cada vez mais como uma saída para quem busca renda em meio a um mercado de trabalho ainda muito informal.
O setor de transporte é o que atrai mais pessoas. Ao somar aplicativos de táxi e de transporte particular, como o Uber e o 99, há 1,1 milhão de pessoas trabalhando na área.
Em seguida, estão os apps de entrega de comida e produtos, como iFood, com 485 mil pessoas.
No entanto, o maior crescimento nos últimos dois anos veio no segmento de prestação de serviços gerais ou profissionais, com uma alta de 52,1%.
A quantidade de trabalhadores nessa área saltou de 193 mil para 294 mil pessoas.
Sendo assim, para além de delivery e transporte, quem faz reformas, consertos, consultorias e outros serviços também está encontrando uma forma de conseguir clientes nas plataformas.
Crescimento por tipo de aplicativo no período:
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De acordo com o levantamento, a distribuição dos trabalhadores pelo país também vem mudando.
A Região Sudeste, área que historicamente concentra a maior parte da atividade econômica, não foi a que mais teve crescimento do uso dos aplicativos, embora ainda reúna 888 mil pessoas, cerca de 53,7% do total.
Agora, quem assume o protagonismo da expansão são o Centro-Oeste, com um crescimento de 58,8%, e o Norte, com 56,0%.
De modo geral, esse movimento estaria acontecendo por dois motivos. O primeiro, porque as plataformas estão chegando em mercados novos, menos disputados. O segundo, porque nessas regiões o trabalho por aplicativo acaba sendo uma das poucas opções rápidas e acessíveis.