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Em disputa por desoneração, Pacheco expõe 'antagonismo' com governo e cobra austeridade

Presidente do Senado também declarou que a desoneração não é o principal obstáculo para o equilíbrio das contas públicas

Estadão Conteúdo
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Agência de notícias

Publicado em 26 de abril de 2024 às 15h33.

Última atualização em 26 de abril de 2024 às 16h10.

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O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), um dos principais aliados do governo Lula no Legislativo, disse nesta sexta-feira que a suspensão da desoneração da folha de pagamentos de empresas e municípios pelo Supremo Tribunal Federal, após pedido da Advocacia-Geral da União (AGU), coloca a Casa Alta em antagonismo com o Executivo federal. Pacheco também disse que a desoneração não é o principal obstáculo para o equilíbrio das contas públicas e cobrou corte de gastos do governo.

"O governo se precipitou em recorrer ao STF sobre desoneração, a indignação é com o governo e não com o Judiciário", frisou Pacheco. "Não vamos desistir de defender os municípios do Brasil, de defender os setores da economia. Aliás, o que o Brasil precisa de fato nesse instante, já que se invoca tanto essa questão de responsabilidade fiscal nessa petição que parece muito catastrófica da AGU como se a desoneração da folha fosse o grande mal do país, como se os municípios brasileiros fossem a grande razão do problema, é preciso ter uma ampla discussão sobre gasto público e corte de gastos pelo governo federal. Além de arrecadar, qual a proposta de corte de gasto para poder equilibrar as contas?", disse.

E afirmou: "Vamos peticionar e fazer um agravo. Em relação a isso, nossa posição é uma posição de antagonismo, nesse caso, ao governo federal. Ao governo federal, à Advocacia-Geral da União. E nós estamos de outro lado tentando demonstrar nossas razões. Cabe ao Supremo Tribunal decidir e isso precisa ser respeitado."

Segundo ele, o tema será discutido na reunião de líderes de bancadas da semana que vem.

O presidente do Senado afirmou que o governo Lula se precipitou no pedido ao STF, mas que é necessário diálogo com o presidente da República para minimizar problemas. "Só quando a discussão política é exaurida que se recorre à Justiça", declarou ele. O senador disse que o comportamento do Executivo causou "perplexidade".

"Está todo o empresariado perplexo e com dificuldades de trabalhar no Brasil em razão dos excessos de oneração. Criação de impostos aumento de alíquotas etc. Já que houve essa provocação de uma reflexão em relação a isso, vamos fazer um grande debate agora também a respeito de como se aumenta a arrecadação sem sacrificar o contribuinte que produz e gera emprego e onde podemos cortar os excessos de gastos públicos. E nós vamos estar dispostos a fazer esse debate", declarou o presidente do Senado.

Pacheco também disse que o Congresso não teria problemas em vincular alguma das novas receitas aprovadas pelo Legislativo para o governo à desoneração dos municípios.

O presidente do Senado afirmou que as decisões do Supremo Tribunal Federal devem ser respeitadas e que os argumentos serão técnicos, mas deixou claras algumas discordâncias. Disse que a prorrogação da desoneração tem precedente no próprio Tribunal, e citou Ricardo Lewandowski - ele foi integrante do STF e hoje é ministro da Justiça de Lula.

"Infelizmente, no regime jurídico atual do Brasil, uma decisão monocrática de um ministro do STF já surte efeito imediato para os municípios. Então, se já surte o efeito, há uma obrigatoriedade imediata de que possamos fazer o recursos próprio para análise dos ministros", disse Rodrigo Pacheco.

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