Temer (Beto Barata/PR/Fotos Públicas)
Da Redação
Publicado em 14 de setembro de 2017 às 06h42.
Última atualização em 14 de setembro de 2017 às 07h30.
O presidente Michel Temer não costuma deixar Brasília em momentos de pressão, como o atual. É hora de estar perto dos maiores aliados do Planalto, os deputados e senadores que dão sustentação a um governo campeão de impopularidade. A não ser, claro, que a viagem seja para afagar esses aliados num dia que deve ser de tensão total para o Planalto.
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Segundo o jornal Folha de S. Paulo, o procurador-geral Rodrigo Janot finalizou ontem a nova denúncia contra o presidente e deve enviá-la ao Supremo Tribunal Federal até o fim da tarde de hoje. Segundo a Folha, Temer será acusado dos crimes de organização criminosa e obstrução de Justiça.
Neste cenário, o presidente Michel Temer viaja ao Tocantins para o lançamento da obra de uma ponte sobre o rio Araguaia.
Além do presidente, também estarão no evento o ministro dos Transportes, Portos e Aviação Civil, Maurício Quintela. A obra ligará as cidades de Xambioá, no Tocantins, e São Geraldo, no Pará. Além disso, eles também devem assinar a duplicação da BR-153 no estado.
Temer tem outros objetivos ao viajar para o Tocantins. Um deles é agradar o senador Ataídes Oliveira (PSDB-TO), o presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga a delação premiada dos irmãos Batista, da JBS, e de seus empregados. A CPMI da JBS é vista como uma oportunidade dos políticos de retaliar os delatores e o Ministério Público.
Na terça-feira, o deputado Carlos Marun (PMDB-MS), membro da tropa de choque de Temer, foi escolhido o relator da CPMI, por Ataídes. Marun, obviamente, era o preferido do Planalto, que pressionou o presidente da CPMI pela escolha. Mas Ataídes diz que se manterá imparcial no que diz respeito a seu trabalho frente à CPMI, o que levanta um punhado de esperança na oposição.
Para a imprensa local, Ataídes afirmou que foi convidado de Temer para a comitiva que vai ao estado. Ele foi eleito suplente do senador João Ribeiro (PR-TO), que morreu em 2013. Logo, não tinha votos. Anunciar as obras de uma ponte – que não se sabe quando será inaugurada -, pode ajudá-lo nas eleições de 2018.