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Lobão diz ter participado de jantar de Paulo Roberto Costa

Sobre as acusações feitas por Costa, de que teria entregue R$ 2 mi à campanha de Roseana Sarney, Lobão disse nunca ter procurado o ex-diretor para ter vantagens


	Ex-Ministro Edison Lobão: sobre as acusações feitas por Costa, de que teria entregue R$ 2 milhões à campanha de Roseana Sarney, Lobão afirmou nunca ter procurado o ex-diretor para obter vantagens indevidas
 (José Cruz/Agência Brasil)

Ex-Ministro Edison Lobão: sobre as acusações feitas por Costa, de que teria entregue R$ 2 milhões à campanha de Roseana Sarney, Lobão afirmou nunca ter procurado o ex-diretor para obter vantagens indevidas (José Cruz/Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 9 de setembro de 2015 às 08h19.

Brasília - O senador e ex-ministro Edison Lobão (PMDB-MA) confirmou em depoimento à Polícia Federal ter participado de um jantar de comemoração do aniversário do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, no Rio de Janeiro.

O senador, que compareceu na cerimônia enquanto ministro de Minas e Energia, não soube, contudo, precisar o lugar em que a festa aconteceu, dizendo que estavam presentes "mais de uma centena de pessoas".

Em depoimento prestado em 18 de maio à PF, em Brasília, o senador disse que "passou a ter vários encontros com Paulo Roberto Costa" a partir de 2008, quando assumiu a pasta de Minas e Energia, no segundo governo de Luiz Inácio Lula da Silva.

De acordo com o senador, os encontros costumavam ser no Ministério ou em eventos oficiais da Petrobrás. Lobão afirmou ainda que o jantar de aniversário foi o único encontro com Costa fora de eventos oficiais da estatal petroleira ou de agenda na Esplanada dos Ministérios.

O depoimento foi prestado no âmbito das investigações da Operação Lava Jato, na qual Lobão é alvo de dois inquéritos, abertos em março no Supremo Tribunal Federal (STF).

Questionado sobre conversas com Costa, um dos delatores da Lava Jato, o senador disse que falou "poucas vezes" por telefone com o ex-diretor e que não se lembra de ter escrito e-mails a ele.

Sobre as acusações feitas por Costa, de que teria entregue R$ 2 milhões à campanha de Roseana Sarney, Lobão disse ter recebido as afirmações do delator com "indignação e revolta" e afirmou nunca ter procurado o ex-diretor para obter vantagens indevidas.

Ainda à PF, Lobão relatou que conheceu o lobista Júlio Camargo, outro delator da Lava Jato, no Ministério de Minas e Energia, onde se encontrou com ele "mais de uma vez" por interesse "numa empresa que trabalhava para a Petrobrás".

O senador disse ainda não se recordar se esteve com Camargo em outros lugares, mas admitiu ter sido procurado pelo lobista para tratar de assuntos envolvendo a empresa Prysmian (Prysmian Energia Cabos e Sistemas do Brasil), para "resolver um problema da sociedade empresária no porto do canal de Vitoria, em Vila Velha, no Espírito Santo".

Além disso, o senador disse ter sido procurador para tratar de um projeto de Camargo em que "ele e outras empresas tinham no sentido de reunir fundos para a construção das refinarias Premium I e Premium II, da Petrobrás.

As refinarias estão localizadas no Maranhão e no Ceará, respectivamente, e estão na mira da Lava Jato. Lobão acredita ter sido procurado por Camargo por ser "ministro, sendo instancia política da Petrobrás", disse.

Aos investigadores, o ex-ministro disse ainda que, com segurança, manteve contato com a construtora Odebrecht, também alvo da Lava Jato, já que a empresa tinha grande interesse em construir hidrelétricas no País.

Ele admitiu ter estado com Marcelo Odebrecht, então diretor-presidente da construtora, e com Ricardo Pessoa, dono da UTC e delator que também citou Lobão ao Ministério Público.

O parlamentar admitiu ainda ter se reunido com Leo Pinheiro, da OAS, "ao que se recorda", jundo de Júlio Camargo. Eles estariam propondo a criação de um fundo para as refinarias Premium I e II, mas que tal projeto não foi adiante porque dependia de uma participação do Ministério da Fazenda.

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