Brasil

Em delação, Funaro confirma três encontros com Temer

Até hoje, o presidente só havia admitido um encontro com o corretor, que se tornou delator

LÚCIO FUNARO:  “Temer participava do esquema de arrecadações” (Alexandre Schneider/VEJA)

LÚCIO FUNARO: “Temer participava do esquema de arrecadações” (Alexandre Schneider/VEJA)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 12 de setembro de 2017 às 10h56.

Brasília - Em delação que embasou parte do relatório da Polícia Federal sobre o "quadrilhão do PMDB da Câmara", o corretor Lúcio Funaro afirmou que esteve com o presidente Michel Temer em três ocasiões.

Ele citou um encontro na base aérea de São Paulo, outro durante comício em Uberaba (MG) nas eleições municipais de 2012 e uma terceira numa reunião de apoio à candidatura de Gabriel Chalita à Prefeitura de São Paulo, também em 2012. Na época, Temer era vice-presidente.

A delação de Funaro já foi homologada pelo ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal, mas permanece em sigilo. O corretor, que está preso desde julho de 2016, disse que trabalhou na arrecadação de dinheiro para as campanhas do PMDB em 2010, 2012 e 2014 e estima ter conseguido R$ 100 milhões para o partido e outras siglas coligadas nesse período.

Até hoje, Temer só havia admitido um encontro com o corretor, na base aérea. Segundo Funaro, em dois dos encontros estava acompanhado do deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB), preso em Curitiba.

MP dos Portos

A relação entre Temer e Cunha foi outro tema abordado na delação. Conforme o corretor, ambos atuaram durante a tramitação da Medida Provisória dos Portos para defender interesses de grupos privados aliados.

O delator afirmou que Temer articulou a indicação do ex-ministro da Agricultura Wagner Rossi para a presidência do Porto de Santos (SP).

De acordo com a colaboração de Funaro, Temer também tinha conhecimento do pagamento de propina pela Odebrecht por contrato da Diretoria Internacional da Petrobras. O corretor disse que quem lhe passou a informação foi Cunha.

Em nota, o presidente afirmou que "não tem relação pessoal com Lúcio Funaro" e, "se esteve com ele, foi de maneira ocasional e, se o cumprimentou, foi como cumprimenta milhares de pessoas".

A Odebrecht diz colaborar com as investigações. Os outros citados por Funaro não foram localizados pela reportagem. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Acompanhe tudo sobre:Delação premiadaMichel TemerNovonor (ex-Odebrecht)Operação Lava Jato

Mais de Brasil

As 10 melhores rodovias do Brasil em 2024, segundo a CNT

Para especialistas, reforma tributária pode onerar empresas optantes pelo Simples Nacional

Advogado de Cid diz que Bolsonaro sabia de plano de matar Lula e Moraes, mas recua

STF forma maioria para manter prisão de Robinho