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Em debate tenso, Serra e Haddad trocam farpas e acusações

Histórico das alianças, propostas e números foram discutidos no debate promovido pela TV Band

Serra e Haddad: gestão Kassab e mensalão foram citadas diversas vezes. (Divulgação)

Serra e Haddad: gestão Kassab e mensalão foram citadas diversas vezes. (Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 19 de outubro de 2012 às 10h21.

São Paulo - Fernando Haddad, à frente nas pesquisas eleitorais, tratou o PSDBista José Serra como candidato da situação durante o debate da TV Band e tirou proveito do fato do paulistano não aprovar, segundo levantamentos, o atual governo do prefeito Gilberto Kassab, que apoia o tucano. Mas Serra revidou.

Enquanto Haddad concentrava seus esforços em equiparar Serra a Kassab e apontar os erros da atual gestão, Serra fazia referências a José Dirceu, que recentemente foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por corrupção no escândalo do mensalão.

O clima ficou mais pesado quando Haddad perdeu a paciência com as referências a Dirceu: “Serra, você tem obsessão pelo José Dirceu pela amizade que você teve com ele por décadas. Pelo amor de Deus, para de citar as pessoas que não estão nessa eleição. Para com essa obsessão”, disse. O candidato tucano respondeu afirmando que Dirceu era o "homem forte do PT" e, portanto, precisaria ser citado.

Serra também não deixou por menos as constantes referências a Kassab, dizendo que o candidato petista "só sabia falar dele". Em resposta, Haddad explicou que "Kassab é o atual prefeito da cidade. Se eu não falar dele, vou falar de quem?˜.

Números e estatísticas

Como não poderia deixar de ser, o debate foi recheado por números e estatísticas trazidas pelos candidatos. Nesses momentos, Serra buscou mostrar o despreparo do opositor e apontou programas que Haddad defende, como o Minha Casa MInha Vida, e que estariam deixando a desejar em termos de número de habitações já construídas.

"O Minha Casa Minha Vida não funcionou. Prometeram dezenas de milhares de moradias e fizeram menos de quinhentas. Não falte com a verdade. É muito fácil falar e muito difícil fazer", disse Serra.


Ao citar estatísticas distintas, os candidatos aproveitavam para insinuar (ou simplesmente afirmar) a "ignorância" do adversário. Frases como "você está muito desinformado", "você não está respondendo à pergunta" ou "o senhor está faltando com a verdade" eram comuns.

Propostas

Apesar das muitas insinuações e discussões, ainda sobrou tempo para falar das propostas de cada um. O candidato José Serra, que afirmou "ter lido o programa de governo de Haddad inteiro", levantou a inexistência de projetos voltados a mulheres grávidas e deficientes físicos.

Já Haddad questionou o adversário a respeito da polêmica taxa do Controlar. Na resposta, Serra aproveitou a oportunidade para criticar a gestão da petista Marta Suplicy, falando que Haddad foi "o principal ideólogo da Martaxa", em referência ao apelido da então prefeita, que ficou conhecida por ter criado novas taxas e impostos em São Paulo.

"Aliás, a Marta não queria de jeito nenhum te ver candidato. Ela teve que ganhar um ministério para mais ou menos te apoiar. Disso eu sei", completou Serra. Na plateia, a ministra da Cultura desqualificou os comentários do PSDBista: "ele tem uma obsessão comigo e com o meu governo não é de hoje". Na tréplica à questão, Haddad reiterou que vai eliminar a taxa do Controlar.

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