Brasil

Em crise, Dilma escolhe nomes do PMDB para ministério

Presidente escolheu novos peemedebistas para Agricultura e Turismo, além de convidar um mineiro ligado ao partido para Ciência e Tecnologia

Presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB), o vice-presidente, Michel Temer (PMDB) e a presidente Dilma Rousseff durante anuncio de investimentos do PAC Mobilidade Urbana (Valter Campanato/Agência Brasil)

Presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB), o vice-presidente, Michel Temer (PMDB) e a presidente Dilma Rousseff durante anuncio de investimentos do PAC Mobilidade Urbana (Valter Campanato/Agência Brasil)

DR

Da Redação

Publicado em 13 de março de 2014 às 15h49.

Brasília - Após sofrer derrotas impostas pelo PMDB na Câmara dos Deputados, a presidente Dilma Rousseff escolheu novos peemedebistas para os Ministérios da Agricultura e do Turismo, além de convidar um mineiro ligado ao partido para a pasta de Ciência e Tecnologia, disse nesta quinta-feira uma fonte do Planalto.

O atual secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Neri Geller, assumirá a pasta no lugar do deputado licenciado Antonio Andrade (PMDB-MG), enquanto o ex-prefeito de Ouro Preto Ângelo Oswaldo ficará com o Turismo, no lugar do também deputado licenciado Gastão Vieira (PMDB-MA), segundo a fonte que pediu anonimato.

Para o Ministério de Ciência e Tecnologia, foi convidado o reitor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Clélio Campolina Diniz.

Geller, que entrou em contato na quarta-feira com o líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira (CE), para informar que aceitaria o convite, já havia construído uma boa relação com a bancada de deputados da legenda, segundo uma fonte do PMDB, e não enfrenta resistência dos deputados.

A bancada peemedebista da Câmara, embora tenha declarado publicamente que não indicará nomes para a reforma ministerial, encara o nome de Geller com "tranquilidade", segundo o presidente em exercício da sigla, senador Valdir Raupp (RO).

Já a escolha de Ângelo Oswaldo, filiado ao partido, não pacifica os ânimos "nem em Minas Gerais", disse Raupp. Oswaldo foi prefeito de Ouro Preto (MG) e atualmente é presidente do Instituto Brasileiro de Museus (Ibram).

Campolina, que possui ligações com o PMDB mineiro, fez parte do Conselho Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES) e foi convidado duas outras vezes para ocupar uma secretaria no Ministério da Educação, mas não aceitou.

O governo e o PMDB protagonizam a maior crise desde o início do mandato de Dilma. Além de anunciar independência do governo na Câmara, o PMDB comanda um grupo de deputados insatisfeitos que impôs derrotas ao Planalto na Casa, que incluem a aprovação de uma comissão para acompanhar eventuais investigações sobre denúncias envolvendo a Petrobras --que já instalou apuração interna-- e convocações de ministros.

Contrariada com a condução da reforma ministerial, a bancada de deputados do PMDB já havia anunciado anteriormente que não indicaria nomes para a Esplanada.


Raupp avalia que os problemas com os deputados peemedebistas ainda devem perdurar "um pouco", mas tendem a melhorar com as negociações sobre alianças regionais com o PT em "12 ou 13" Estados. Segundo o peemedebista, existe a possibilidade de o partido ocupar a cabeça de chapa em oito ou nove desses Estados, enquanto fecharia aliança em outros cinco ou seis.

Segundo a fonte do Planalto, a indicação dos mineiros Oswaldo e Campolina serve para fortalecer a chapa do ex-ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior Fernando Pimentel (PT) ao governo de Minas e, ao mesmo tempo, enfraquecer o poderio tucano em um importante colégio eleitoral para a disputa presidencial.

O provável candidato do PSDB à Presidência, senador Aécio Neves (MG), tem seu reduto em Minas e governou o Estado por dois mandatos.

A apresentação dos novos nomes deve ser feita pela presidente nos próximos dias, juntamente com o anúncio da liberação de emendas parlamentares.

A demora na liberação das emendas, aliada à maneira como Dilma conduziu a reforma ministerial, aos problemas de interlocução com o governo, e às negociações para alianças regionais, configurou entre os principais motivos da rebeldia do PMDB.

Segundo duas fontes do governo que acompanham a negociação para liberação de emendas, no último fim de semana a presidente mobilizou os ministérios das Cidades, Saúde, Educação e Turismo para o levantamento das emendas relativas a 2013 que restam para serem liberadas.

Dilma determinou aos ministérios no fim da semana passada, de acordo com essas duas fontes, que o levantamento ficasse pronto para ser apresentado ao PMDB na reunião que manteria com representantes do partido no domingo.

Um importante parlamentar do PMDB que acompanha de perto o foco de insatisfação do partido, confirmou que as emendas serão liberadas, lamentando o atraso na decisão.

"Esses recursos das emendas fazem parte de um acordo do ano passado e deveriam ter sido liberados e só estão saindo agora", afirmou, sob condição de anonimato.

Acompanhe tudo sobre:Dilma RousseffGoverno DilmaMDB – Movimento Democrático BrasileiroPartidos políticosPersonalidadesPolítica no BrasilPolíticosPolíticos brasileirosPT – Partido dos Trabalhadores

Mais de Brasil

Linha 3-Vermelha do Metrô de SP tem interferência e Estação Palmeiras-Barra Funda fica lotada

Calor predomina no Centro-Sul e chuvas se intensificam no Nordeste; veja a previsão para terça-feira

Governo de SP pede para Gilmar Mendes derrubar liminar que impede escolas cívico-militares no estado