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Em crise com Congresso, Lula diz que vai conversar com Motta e Alcolumbre após viagens

Presidente cita compromissos no Mercosul e BRICS e diz que, ao retornar, buscará reatar relação com o Legislativo

Agência o Globo
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Publicado em 2 de julho de 2025 às 11h27.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, nesta quarta-feira, 2, que pretende retomar o diálogo com o Congresso na próxima semana, após cumprir agendas internacionais.

Ele citou os compromissos na cúpula do Mercosul, na Argentina, e na reunião dos Brics, no Rio de Janeiro, e disse que, ao retornar, buscará uma reaproximação com os presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), em nome da "normalidade política" no país.

"Eu vou para a Argentina receber a presidência do Mercosul, depois vou participar dos BRICS no Rio de Janeiro e, quando voltar, vou conversar tranquilamente com Hugo [Motta] e Davi Alcolumbre. Vamos voltar à normalidade política desse país", declarou Lula em entrevista ao Jornal da Manhã, da TV Bahia, afiliada da Globo.

A fala ocorre em meio à escalada de tensão entre Executivo e Legislativo. O presidente acionou o Supremo Tribunal Federal (STF) contra a decisão do Congresso de derrubar os decretos que aumentavam o IOF, medida que classificou como essencial para manter o governo em funcionamento.

"O presidente tem que governar o país, e decreto é coisa do presidente. Você pode ter um decreto legislativo quando há inconstitucionalidade. O governo tem o direito de propor ajustes no IOF, sim. Estamos propondo um reajuste tributário para beneficiar os mais pobres. O dado concreto é que os interesses de poucos prevaleceram na Câmara e no Senado, o que é um absurdo", afirmou.

Segundo Lula, quando não há entendimento entre os Poderes, cabe ao Judiciário mediar:

"Sou agradecido ao Congresso, mas, se eu não recorrer à Suprema Corte, não consigo governar. Cada macaco no seu galho: eles legislam, eu governo. (...) O erro foi descumprir um acordo fechado num domingo na casa do Hugo Motta. Na terça-feira, o presidente da Câmara tomou uma decisão absurda. Eles têm seu direito, e eu tenho o meu. Quando não nos entendemos, a Justiça resolve".

O presidente está na Bahia para participar das comemorações do Dois de Julho, data que celebra a expulsão das tropas portuguesas e marca a consolidação da independência do Brasil. Na véspera, Lula enviou ao Congresso um decreto para instituir a data como o “Dia Nacional da Consolidação da Independência do Brasil”.

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