Queiroga: médico, defendeu a ciência como forma de combate à pandemia e à recuperação econômica (Marcos Oliveira/Agência Senado)
Gilson Garrett Jr
Publicado em 16 de março de 2021 às 17h46.
Última atualização em 16 de março de 2021 às 18h53.
O futuro ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, concedeu entrevista coletiva nesta terça-feira. O anúncio começou com Eduardo Pazuello, atual ministro que ocupa o cargo, ressaltando que a transição não significa um rompimento, mas sim uma continuidade da gestão atual. "Estamos somando, não dividindo", destaca. Em seguida, menciona que irá amanhã ao Rio de Janeiro junto com o futuro ministro para iniciar a distribuição de 5,6 milhões de doses da vacina de Oxford, fabricada pela Fiocruz.
Em seguida, o futuro ministro se apresenta e, já no início, diz que foi convocado pelo presidente da República para o cargo e que tem mais de 30 anos de profissão. Entre os principais pontos de seu discurso, está o fato de que reconhece a pandemia como um problema sério de saúde pública mundial. Para isso, defende o Sistema Único de Saúde (SUS), o uso de máscaras e a afirmação da necessidade de unir esforços com os secretários municipais de Saúde, ressaltando os esforços conduzidos nos mais de 5.000 municípios no país.
A oficialização ainda depende de publicação em Diário Oficial. “Estou muito animado para que possamos reforçar as medidas que já estão sendo colocadas em prática, sempre com base no melhor da evidência científica. Todos sabemos que a ciência brasileira tem sido muito útil. Isso mostra a força da ciência brasileira. Utilizem máscara, lavem as mãos, usem álcool em gel. São medidas simples, mas que são importantes para evitar ter de parar a economia do país”, disse Queiroga.
Sem dizer qual será a equipe formada pelo novo ministério ou quando começa, efetivamente, sua gestão do cargo, Queiroga se dirigiu aos jornalistas afirmando que pede uma oportunidade de "construir um futuro melhor para a saúde pública do Brasil" e unir esforços do enfrentamento da pandemia com a atividade econômica. Para isso, ele defende o uso de máscaras e o ato de lavar as mãos como forma de evitar a disseminação da doença.
Por fim, o futuro ministro defendeu o papel da imprensa como aliada para a comunicação de assuntos relacionados à pandemia e, ainda, disse que é através da atuação dos jornalistas que será possível melhorar o desempenho diante da covid-19.
O novo ministro assume a pasta no pior momento da pandemia, com uma média diária de mortes pela doença superior a 1.500. Muitos estados estão com o atendimento em colapso porque os leitos de UTI atingiram 100%. Especialistas em saúde elencam as cinco prioridades que precisam ser adotadas pelo futuro ministro da Saúde.
De perfil técnico, Queiroga atuou na equipe de transição do governo de Michel Temer para Bolsonaro no fim de 2018. Em setembro do ano passado, encontrou-se com o presidente no Planalto e chegou a postar uma foto com ele. O médico é considerado uma pessoa com jogo de cintura para construir uma política de saúde que possa funcionar contra a pandemia, sem contrariar suas convicções.
(Com Estadão Conteúdo)