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Em Brasília, mulheres pedem respeito aos direitos conquistados

Mais de 5 mil pessoas, segundo a PM, na maioria delas mulheres com roupas, lenços e bandeiras na cor roxa, marcharam pela Esplanada dos Ministérios

Dia da Mulher em Brasília: "Hoje, não é dia de nenhuma comemoração. O que temos a comemorar quando 12 mulheres são assassinadas por dia no país e quando uma mulher é estuprada a cada 11 minutos?" (Adriano Machado/Reuters)

Dia da Mulher em Brasília: "Hoje, não é dia de nenhuma comemoração. O que temos a comemorar quando 12 mulheres são assassinadas por dia no país e quando uma mulher é estuprada a cada 11 minutos?" (Adriano Machado/Reuters)

AB

Agência Brasil

Publicado em 8 de março de 2017 às 22h17.

Última atualização em 9 de março de 2017 às 10h46.

No Dia Internacional da Mulher, o grito forte pelo fim da violência e pela igualdade marcou as comemorações relativas à data em Brasília.

Mais de 5 mil pessoas, segundo a Polícia Militar, na maioria delas mulheres com roupas, lenços e bandeiras na cor roxa, marcharam pela Esplanada dos Ministérios em um ato contra o machismo e a misoginia e a favor dos direitos conquistados historicamente. Homens e crianças também participaram da caminhada.

Em um período marcado pelo aumento da violência contra a mulher no país, mais de 40 organizações feministas, movimentos sociais e partidos políticos convocaram a sociedade para fazer da data um momento de "luta contra a ameaça a direitos".

"Hoje é um dia inteiro de luta contra as injustiças, principalmente as cometidas contras as mulheres", disse à Agência Brasil a servidora pública aposentada Maria Antônia Dal Bello, de 66 anos.

"Hoje, não é dia de nenhuma comemoração. O que temos a comemorar quando 12 mulheres são assassinadas por dia no país e quando uma mulher é estuprada a cada 11 minutos? Com esses dados de violência não temos o que comemorar, mas lutar", acrescentou.

A aposentada ressaltou ainda a importância de as mulheres se unirem e brigarem por seus direitos, independente da idade. "Tenho mais de 60 anos de luta. Aposentei-me do trabalho, mas não da luta", disse.

Já a antropóloga Ana Pareschi fez questão de levar as filhas de 11 e 5 anos, que estavam nas escola no período da tarde, para participarem da manifestação.

"É um momento histórico de luta das mulheres e político. [Luta] contra todas as reformas que retiram direitos. Hoje, temos que comemorar, mas muito mais que lutar", disse.

Sobre a decisão de tirar as filhas das atividades escolares para participar do ato, ela avaliou que isso fará com que as meninas tornem-se cidadãs mais "politizadas" e "conscientes". "É uma aula de história. É a história acontecendo".

A marcha, iniciada no Museu da República, próximo à Rodoviária, deslocou-se até as proximidades do Congresso Nacional com gritos de ordem contra a classe política.

Ao longo do percurso, um cordão de isolamento formado apenas por policiais femininas separou a passeata do fluxo de carros. A mobilização foi encerrada por volta das 20h.

Assim como em vários estados do país, as mobilizações do Dia Internacional da Mulher no Distrito Federal foram marcadas também por paralisações para chamar atenção da luta pela igualdade.

Nas redes sociais, sob o lema #grevedemulheres, os atos foram registradas em mais de 46 países. Em toda a América Latina, também foi utilizada a hashtag #Niunaamenos (Nem Uma A Menos), que chama atenção para a violência de gênero.

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