Brasil

Em ato pró-Haddad, Thomaz Bastos questiona mensalão

Para o ex-ministro, pode haver uma influência do julgamento no resultado das eleições municipais deste domingo

Thomaz Bastos: Segundo o advogado, o Supremo não avaliou o caso sob o prisma constitucional (Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

Thomaz Bastos: Segundo o advogado, o Supremo não avaliou o caso sob o prisma constitucional (Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

DR

Da Redação

Publicado em 2 de outubro de 2012 às 22h23.

São Paulo - Durante ato de apoio à candidatura de Fernando Haddad (PT) na noite desta terça-feira, a socióloga Maria Victória Benevides e o ex-ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos questionaram o julgamento do mensalão às vésperas do primeiro turno das eleições municipais. Para ela, há "sinais de manipulação" no julgamento e também de um viés político, e não jurídico. "Considero que é um julgamento político e não jurídico", disse Maria Victória, que faz parte de um grupo de artistas e intelectuais que apoiam a candidatura de Haddad.

Para o ex-ministro, pode haver uma influência do julgamento no resultado das eleições municipais deste domingo (07). Em sua avaliação, o Supremo Tribunal Federal (STF) comete um "erro" em fazer o julgamento neste momento. "O julgamento feio em conjunto é um erro que dificulta a administração da Justiça. O julgamento tinha de ser separado para respeitar quem não tem o foro constitucional de prerrogativa, o duplo grau de jurisdição", afirmou Bastos, defensor do antigo dirigente do Banco Rural José Roberto Salgado, um dos réus do julgamento.

A socióloga lembrou que o julgamento acontece sete anos após o escândalo do mensalão e acredita que sua realização nesse momento explicaria o fato de Haddad não liderar as pesquisas de intenções de voto. Ele está tecnicamente empatado com o tucano José Serra. "Está evidente que o momento compromete", avaliou. Maria Victória disse ainda que não cabe o Supremo "ouvir a opinião pública". "Uma vez o julgamento em andamento, o PT precisa defender a reforma política e suas propostas para sair fortalecido do processo", disse Maria Victoria.


Thomaz Bastos disse que, apesar de alguns advogados analisarem a possibilidade de levar o caso à Comissão Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA), a defesa dos réus do mensalão deve aguardar, primeiro, o resultados dos embargos e a definição das penas para depois avaliar de que forma vai questionar o julgamento em instâncias internacionais. "Primeiro, vou fazer embargos de declaração, depois ver o que acontece nos embargos pois os embargos podem ter efeito modificativo. Cada coisa a seu tempo, disse.

Participam do ato pró-Haddad: o economista Paul Singer, o escritor Fernando Moraes, o jurista Dalmo Dallari, os atores José Celso Martinez Corrêa e Sérgio Mamberti, além de outras dezenas de intelectuais, artistas, blogueiros e profissionais das áreas de educação, ciências sociais. O professor Antônio Cândido, que não foi ao evento, enviou uma carta de apoio à candidatura petista.

Acompanhe tudo sobre:Fernando HaddadMensalãoPartidos políticosPolítica no BrasilPolíticos brasileirosPrefeitosPT – Partido dos Trabalhadores

Mais de Brasil

Lula anuncia pagamento do Pé-de-Meia e gratuidade dos 41 remédios do Farmácia Popular

Denúncia da PGR contra Bolsonaro apresenta ‘aparente articulação para golpe de Estado’, diz Barroso

Mudança em lei de concessões está próxima de ser fechada com o Congresso, diz Haddad

Governo de São Paulo inicia extinção da EMTU