Brasil

Em 30 dias de Temer, Maia governou em 11

Presidente usou os compromissos internacionais para mostrar que o País mantém a estabilidade institucional, mesmo após a deposição de Dilma Rousseff


	Presidente Michel Temer ao lado de Rodrigo Maia, presidente da Câmara
 (Getty Images)

Presidente Michel Temer ao lado de Rodrigo Maia, presidente da Câmara (Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 1 de outubro de 2016 às 12h45.

Brasília - Após a conclusão do processo de impeachment em 31 de agosto, Michel Temer completa hoje um mês como presidente efetivo. Desses 30 dias, 11 ele passou em viagens fora do Brasil, para participar de eventos na China e nos Estados Unidos. No período, coube ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), assumir a Presidência.

Temer usou os compromissos internacionais para mostrar que o País mantém a estabilidade institucional, mesmo após a deposição de Dilma Rousseff.

A agenda de reformas que o peemedebista pretende aprovar, no entanto, vai exigir atenção especial ao cenário interno a partir de agora e investimento na relação com o Congresso para tentar fazer avançar projetos cruciais para o governo.

O principal desafio será aprovar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que cria um teto dos gastos públicos.

O peemedebista chegou ao cargo de presidente em maio, após o Senado aprovar o afastamento de Dilma. O título de "interino" incomodava Temer.

A mudança de status, porém, não fez desse mês um período fácil. Em sua primeira aparição pública, no desfile de 7 de setembro, Temer foi recebido com vaia. Também ouviu aplausos. Ele viu os protestos que pediam "Fora, Temer" engrossar, principalmente em São Paulo.

Escândalos

A cassação do deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ), no dia 12 de setembro, trouxe ainda mais instabilidade a Brasília. Cunha deixou o cargo acusando o presidente de tê-lo abandonado.

A desconfiança de que o governo trabalha para colocar um fim nas investigações da Operação Lava Jato voltou a rondar Temer. Ele foi acusado de querer abafar as apurações após decidir demitir Fábio Medina Osório da Advocacia-Geral da União.

O titular da Justiça, Alexandre de Moraes, também foi motivo de preocupação para o Palácio do Planalto após o Estado mostrar que o ministro antecipou que haveria uma nova fase da Lava Jato nesta semana, durante um evento de campanha em Ribeirão Preto. Um dia depois, o ex-ministro petista Antonio Palocci foi preso.

Os diversos problemas de comunicação, com ministros falando demais e informações desencontradas sobre planos do governo, também fez com que Temer buscasse um porta-voz.

Ao fazer um balanço do primeiro mês de governo Temer, o ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, relativizou os percalços e afirmou que a expectativa para o futuro é positiva. "Foi um mês de superação de dificuldades e de certeza que bons caminhos estão se abrindo à frente", disse.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Acompanhe tudo sobre:MDB – Movimento Democrático BrasileiroMichel TemerPolítica no BrasilPolíticosPolíticos brasileiros

Mais de Brasil

STF rejeita recurso e mantém pena de Collor após condenação na Lava-Jato

O que abre e o que fecha em SP no feriado de 15 de novembro

Zema propõe privatizações da Cemig e Copasa e deve enfrentar resistência

Lula discute atentado com ministros; governo vê conexão com episódios iniciados na campanha de 2022