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Em 1ª entrevista após caso Moro, Lula afirma à TVT que ex-juiz é mentiroso

É a primeira vez que o ex-presidente se manifesta depois da divulgação das supostas conversas entre Deltan e o ministro da Justiça

Lula: "A máscara vai cair. O que vai acontecer, eu não sei" (Andre Coelho/Bloomberg)

Lula: "A máscara vai cair. O que vai acontecer, eu não sei" (Andre Coelho/Bloomberg)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 13 de junho de 2019 às 21h24.

Última atualização em 14 de junho de 2019 às 08h48.

São Paulo — Em entrevista gravada na quarta-feira, 12, e exibida nesta quinta-feira (13), pela emissora sindical TVT, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a criticar a condução de seu caso pelo então juiz Sergio Moro, hoje ministro da Justiça e Segurança Pública. "Ele (Moro) estava condenado a me condenar porque a mentira havia ido muito longe", disse. Para Lula, tanto Moro quanto o procurador Deltan Dallagnol são "mentirosos" e disse que o procurador "deveria ter sido preso".

O ex-presidente expressou também estar sereno. "A máscara vai cair. O que vai acontecer, eu não sei", e completou: "Eu estou mais tranquilo hoje, por que a minha tranquilidade é daquele que sabe que é honesto. Que sabe que Deus sabe que eu sou honesto. O Moro sabe que eu sou honesto."

Instituições como a Polícia Federal, disse Lula, "não podem ser manipuladas por moleques irresponsáveis" e atribuiu a eles a culpa pela desestabilização das estatais. Segundo ele, a PF e o Ministério Público estão "a serviço de interesses americanos" e não de combate à corrupção.

É a primeira vez que o ex-presidente se manifesta depois da divulgação das supostas conversas entre o procurador da República, Deltan Dallagnol, e o ministro da Justiça - então juiz responsável pela condenação do ex-presidente -, Sergio Moro.

Bolsonaro

Lula afirmou ainda, na entrevista à Rede TVT, que o País "pariu essa coisa chamada Bolsonaro". Segundo ele, isso foi resultado de uma série de fatos políticos que começaram com o movimento "Volta, Lula", passando pelo impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff e a chegada do então vice-presidente Michel Temer à Presidência.

O ex-presidente afirmou que, quando começou o movimento "Volta, Lula", foi "obrigado" a fazer um discurso num evento no Anhembi, em São Paulo, falando que não era candidato, mas sim Dilma, "por direito". Lula disse que, a partir do "Volta, Lula" e do anúncio de que não seria candidato começou a haver um afastamento dos empresários.

Ele admitiu que poderia ter discutido a volta ao governo porque "tinha tanta vontade de fazer o que não tinha feito", mas que a candidatura à reeleição era de Dilma, "por direito". Lula disse, então, que na segunda campanha de Dilma, o deputado Aécio Neves (PSDB-MG), então candidato a presidente, "fez a bobagem que fez" de não reconhecer a vitória do PT e pedir recontagem de votos ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Depois, afirmou, teve o impeachment, a chegada de Temer ao poder e a eleição de Bolsonaro.

Militares

O ex-presidente afirmou que general que não é nacionalista não merece ser general. Na crítica à ala militar do governo do presidente Jair Bolsonaro, Lula disse que general que aceita se subordinar a um presidente que bate continência para a bandeira dos Estados Unidos não merece ser general.

O ex-presidente disse que sempre teve uma boa relação com os militares e que é preciso ter consciência de que eles existem para defender a soberania nacional.

Mídia

O ex-presidente também defendeu a regulação dos meios de comunicação e fez críticas à Rede Globo. "É preciso regular os meios de comunicação, não podem poucas famílias serem donas dos meios de comunicação."

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