(Arquivo/Reprodução)
Redação Exame
Publicado em 5 de julho de 2023 às 17h52.
Última atualização em 15 de agosto de 2023 às 15h33.
O ano de 1982, para a economia brasileira, sempre será lembrado pela crise da dívida externa – provocada pela moratória do México – e pela perda de reservas.
Em busca de alternativas, o governo militar passou a negociar soluções com os bancos credores e com o Fundo Monetário Internacional (FMI).
Ministro do Planejamento na época, Delfim Netto não saía dos holofotes. Em novembro daquele ano, ele obteve um empréstimo com o FMI no valor de US$ 4,4 bilhões em quatro parcelas – apenas duas foram desembolsadas de fato.
Pouco antes, o célebre economista conseguiu nacionalizar o Projeto Jari, que foi criado na década de 1960 para incentivar a produção de celulose e outros produtos. Outro marco daquele ano ligado à política e à economia foi a inauguração da Usina Hidrelétrica de Itaipu, que entraria em operação só dois anos depois.
Era ano de Copa do Mundo, a da Espanha, de onde a seleção brasileira, com Telê Santana como treinador e Sócrates como capitão, voltou com a quinta colocação.
Para a empresa São Paulo Alpargatas, o Mundial, vencido pela Itália, era uma oportunidade e tanto. Campeã na edição de 1982 do anuário MELHORES E MAIORES, a companhia era unha e carne com o futebol.
Criada em 1907, a empresa entrou no segmento de artigos esportivos na década de 1970, ao longo da qual espalhou fábricas novas pelo país.
No ano em que a seleção brasileira conquistou o tricampeonato, por sinal, na Copa do México, a São Paulo Alpargatas lançou o inesquecível Kichute, calçado próprio para jogar futebol. Em 1978, mais dois golaços: a companhia lançou a marca Topper e comprou a Rainha.
Passada a Copa da Espanha, a empresa foi virando, pouco a pouco, sinônimo de um produto lançado em 1962, as sandálias Havaianas.
Elas foram inspiradas em uma típica sandália japonesa chamada Zori, que é feita com tiras em tecido e solado de palha de arroz.
Tá explicada a razão de o solado de borracha das Havaianas ter uma textura que remete a uma porção de grãos de arroz.
Elas fizeram sucesso a ponto de serem consideradas, na década de 1980, como itens da cesta básica – sim, da mesma forma que o arroz, o feijão e o leite. Em função disso, o preço das Havaianas era tabelado pelo governo.