Torres de transmissão da Eletrobras: estatal vale R$ 60 bilhões, segundo o governo (Ueslei Marcelino/Reuters)
Carla Aranha
Publicado em 2 de dezembro de 2020 às 15h08.
Última atualização em 2 de dezembro de 2020 às 15h31.
O governo voltou a reforçar que a privatização da Eletrobras, uma das maiores estatais do país, deve sair do papel até o final de 2021, mesmo diante de resistências do Congresso, durante coletiva concedida nesta quarta-feira, 2, para a divulgação do calendário de desestatizações. O Ministério da Economia também adiantou que a Eletrobras vale 60 bilhões de reais.
O governo também afirmou que a privatização dos Correios sai até o final de 2021. Para especialistas do setor, o prazo seria um pouco apertado, já que os estudos que servirão de base para a operação devem ser finalizados somente ao final do ano do que vem. Só depois disso, a licitação poderia ser realizada.
De acordo com o governo, o processo de privatização mais adiantado é o da Companhia Estadual de Distribuição de Energia Elétrica (CEEE-D), que está programado para acontecer no primeiro trimestre de 2021. No mesmo período, deverá ser realizada a liquidação da Agência Brasileira de Fundos Garantidores e Garantias (ABGF).
No cronograma do Ministério da Economia, no terceiro trimestre mais um lote de empresas deverá ser privatizado, entre elas a Emgea, a Ceasiminas, o Porto de Vitória e a Nuclep. A desestatização da Eletrobras, que depende de aprovação do Congresso, ficaria para o final do ano.
Nos bastidores, comenta-se que a eleição do deputado Arthur Lira (PP-AL) para a presidência da Câmara dos Deputados, que deverá ser disputada em fevereiro, poderia ajudar a destravar a agenda de privatizações. Os técnicos do governo acreditam que Rodrigo Maia (DEM-RJ), crítico do presidente Jair Bolsonaro, vem protelando a votação de pautas relativas à desestatização, uma das bandeiras do governo.