Eletrobras deverá ser capitalizada no início do ano que vem (Ueslei Marcelino/Reuters)
Carla Aranha
Publicado em 16 de março de 2021 às 19h05.
Última atualização em 16 de março de 2021 às 19h27.
Durante coletiva realizada nesta terça-feira, dia 26, o Conselho do Programa de Parcerias de Investimentos (CPPI), do Ministério da Economia, e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e o Ministério das Comunicações anunciaram o cronograma da privatização da Eletrobras e dos Correios.
A respeito da Eletrobras, a previsão é que os estudos de modelagem econômica da desestatização, conduzidos pelo BNDES, tenham início no mês que vem e sejam concluídos até julho. Em seguida, o Tribunal de Contas da União (TCU) deve realizar a análise da privatização da empresa. A venda da empresa deve acontecer no início de 2022. Mas isso não depende só do governo. O projeto de lei sobre a capitalização da Eletrobras precisa ser aprovado pelo Congresso para que a capitalização da empresa possa acontecer.
A privatização dos Correios também esteve no centro da pauta. Segundo Martha Seillier, secretária especial do CPPI, o governo optou pela venda unificada dos Correios e não por seu fatiamento por praças, uma das opções que estavam sobre a mesa na fase inicial dos estudos.
"Um dos importantes balizadores dessa decisão foi o fato de que é fundamental manter a universalização do serviço", Vitor Menezes, secretário executivo do Ministério das Comunicações. "A venda unificada deve valorizar a empresa", acrescentou Leonardo Cabral, diretor de privatizações do BNDES.
O BNDES acredita que a privatização vai permitir o aumento de capacidade de investimento da empresa. "Devemos passar dos atuais 300 milhões de reais por ano para 10 bilhões de reais nos próximos cinco anos", afirma Cabral.
No caso da Eletrobras, os investimentos devem aumentar de 3 bilhões de reais por ano para 14 bilhões de reais, segundo o Ministério da Economia. "Além disso, a projeção internacional da empresa deve avançar de forma significativa, como já aconteceu com empresas como Embraer, CSN e Vale, trazendo importantes ganhos para o país", avalia Diogo Mac Cord, secretário especial de Desestatização do Ministério da Economia. "A privatização é uma peça importante do fortalecimento econômico do país e da retomada."
Outra estatal endereçada na reunião foi a Empresa Brasil de Comunicação (EBC), uma das 19 estatais dependentes do Tesouro — empresas públicas nessas condições recebem recursos públicos para fazer frente a suas despesas. A EBC, a nona emissora do país, segundo dados do Ministério da Economia, deverá ser desestatizada neste ano. Também está prevista a venda de imóveis da estatal que estão sem uso — 16 já estão prontos para ser colocados no mercado e 13 estão em fase de regularização. A venda de imóveis da União é considerada um importante pilar da pasta de desestatização.