Brasil

Eleitores de Bolsonaro passam dias no ônibus para ver a posse em Brasília

Apoiadores do presidente chegaram a passar 36 horas no ônibus; outros tiveram gastos de mais de 5 mil reais para participar do evento em Brasília.

Eleitores de Bolsonaro viajam de ônibus de São Paulo a Brasília para ver a posse do presidente (Amanda Perobelli/Reuters)

Eleitores de Bolsonaro viajam de ônibus de São Paulo a Brasília para ver a posse do presidente (Amanda Perobelli/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 1 de janeiro de 2019 às 11h43.

Brasília - As primeiras caravanas para a posse do presidente eleito, Jair Bolsonaro, chegaram no último dia do ano em Brasília, mas as ruas, tradicionalmente desertas no fim do ano, continuaram com pouco movimento. Palco da posse do 38.º presidente do Brasil, a capital vive uma mudança em sua rotina para receber as cerca de 300 mil pessoas que deverão ir nesta terça-feira, 1.º, à Esplanada dos Ministérios ver de perto o início de mais um governo.

Entre os primeiros a chegarem em Brasília está a família de Araci Carvalho, servidora pública, que saiu de Salvador, na Bahia, com as duas filhas, Juliana e Luciana Carvalho, para acompanhar o ato. "No mesmo dia em que Bolsonaro foi eleito, já tratei de comprar nossas passagens de avião e reservar o hotel. Vai ser uma festa linda. Viemos em família para comemorar", afirmou Araci, que gastou cerca de R$ 5,5 mil em passagens e hospedagem.

A viagem até Brasília foi bem mais cansativa para a caravana de Nova Russas, município cearense de 31 mil habitantes. Foram 36 horas de ônibus até a Esplanada dos Ministérios. O grupo de 50 pessoas cruzou 1.850 quilômetros de estrada para participar da cerimônia de posse. Neste dia 1.º de janeiro, assim que o ato for concluído em Brasília, eles pegarão o ônibus de volta para casa. Cada pessoa pagou R$ 380 entre passagem e hospedagem. "Vale a pena. É um movimento de conscientização importante", disse Denilson Costa, 27 anos, estudante de Direito e um dos coordenadores do Instituto Direita Ceará Nova Russas.

Com um dos mais fortes esquemas de segurança já organizados no País, boa parte das ruas centrais de Brasília estão bloqueadas, o espaço aéreo está restrito e com controle feito por caças, e até embarcações têm que seguir regras especiais no Lago Paranoá.

A expectativa da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal é de que entre 250 mil a 500 mil pessoas compareçam à Esplanada dos Ministérios. O público, no entanto, não poderá circular livremente pela área e terá que ficar restrito a bolsões. Telões serão instalados na região.

Granja

Na véspera da posse, um grupo de cerca de 50 pessoas fez plantão na porta da Granja do Torto, residência oficial onde Bolsonaro tem passado seus dias quando está em Brasília. A intenção do grupo era comemorar a virada do ano em frente à casa.

O presidente eleito passou a segunda-feira, 31, no local, reunido com familiares. Ao sair para cumprimentar os apoiadores em frente à Granja do Torto pela manhã, o comerciante Renato Bolsonaro, um dos irmãos do presidente eleito, foi tratado como celebridade. Ele passou pelo menos meia hora tirando fotos e gravando vídeos com bolsonaristas.

Acompanhe tudo sobre:Jair Bolsonaro

Mais de Brasil

Incêndio atinge trem da Linha 9-Esmeralda neste domingo; veja vídeo

Ações isoladas ganham gravidade em contexto de plano de golpe, afirma professor da USP

Governos preparam contratos de PPPs para enfrentar eventos climáticos extremos

Há espaço na política para uma mulher de voz mansa e que leva as coisas a sério, diz Tabata Amaral