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Eleito no 1o turno, Marcio Lacerda prega distensão com PT

"Diferenças ideológicas entre nós e o PT não são tão grandes assim...", disse o prefeito reeleito a jornalistas

Lacerda evitou comentar as negociações entre PT e PSB na capital paulista sobre uma possível coligação com o petista Fernando Haddad (Roosewelt Pinheiro/ABr)

Lacerda evitou comentar as negociações entre PT e PSB na capital paulista sobre uma possível coligação com o petista Fernando Haddad (Roosewelt Pinheiro/ABr)

DR

Da Redação

Publicado em 7 de outubro de 2012 às 23h42.

Reeleito no primeiro turno com 52,69 por cento dos votos válidos, o prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda (PSB), procurou diminuir a tensão com a oposição, em especial o PT, afirmando logo após a vitória que suas diferenças com o partido, derrotado no pleito, "não são tão grandes".

A disputa eleitoral na capital mineira foi marcada por tensões que começaram com a quebra da aliança que elegeu Lacerda em 2008, na qual o PT e o PSDB fizeram parte, e pela ação pessoal da presidente Dilma Rousseff na escolha do adversário petista, o ex-ministro Patrus Ananias, que fez 40,80 por cento dos votos mas não conseguiu garantir um segundo turno.

"Diferenças ideológicas entre nós e o PT não são tão grandes assim....Temos divergências sobre o modo de governar, sobre o modo de fazer política, mas no essencial, nós concordamos", afirmou Lacerda a jornalistas depois da confirmação do resultado final.

Ao lado do senador tucano Aécio Neves, principal liderança política no Estado, e do governador Antonio Anastasia (PSDB), Lacerda afirmou que "política não se faz com o fígado".

O prefeito disse que não espera uma relação de oposição com o governo federal, e citou a forma como a presidente Dilma trata governadores de partidos não-aliados.


"Não haverá oposição do governo federal como não houve ao governo Alckmin, Serra ou ao governo Anastasia", disse ele.

O PT, que ocupou a vice-prefeitura de Lacerda em 2008, teve uma relação tumultuada com o pessebista. O partido acabou preterido em um anúncio feito em julho, na reta final da formação das chapas, pelo PSDB.

Dilma, que costurou pessoalmente a candidatura de Patrus, chegou a ir a Belo Horizonte, cidade em que nasceu, para um comício em apoio ao candidato. Além da capital mineira, a presidente foi apenas a São Paulo, para ajudar Fernando Haddad (PT), seu ex-ministro e afilhado do ex-presidente Lula.

A disputa acabou por gerar ataques pessoais entre o senador Aécio Neves e a presidente Dilma --dois nomes que podem se enfrentar em 2014, na corrida à Presidência. Aécio ironizou o fato de a presidente ter nascido em Minas, mas votar no Rio Grande do Sul, onde vive sua família. Já a presidente alfinetou o tucano citando seus "descansos" no Rio.

Entre as razões que dificultaram o segundo turno está o fraco desempenho dos demais candidatos.

O quadro na cidade estava indefinido até o final. Pesquisa de boca de urna do Ibope divulgada neste domingo indicou tanto uma vitória de Lacerda quanto a ocorrência de segundo turno.

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