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Embates entre PT e PSB nos estados criam saia-justa para Alckmin

Disputa ao Executivo estadual deve afastar ex-governador do palanque de Lula em São Paulo, Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Expectativa era de que eles fizessem agendas de campanha juntos, sobretudo no Sul, região em que liderança do petista é mais estreita

Ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin é vice na chapa de Lula à Presidência (Fabio Vieira/Getty Images)

Ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin é vice na chapa de Lula à Presidência (Fabio Vieira/Getty Images)

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Agência O Globo

Publicado em 10 de maio de 2022 às 06h28.

Última atualização em 10 de maio de 2022 às 08h59.

Duelos entre PT e PSB em disputas a governador podem atrapalhar a intenção de o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e seu vice, Geraldo Alckmin, fazerem atividades de campanha juntos em alguns estados no primeiro turno. Pelo cenário atual, que ainda pode mudar até o prazo para convenções em julho, o petista e o ex-governador têm palanques diferentes em São Paulo, no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina.

Consultados sobre como as agendas serão conciliadas diante das diferenças de palanques, integrantes da coordenação da pré-campanha do petista dizem que ainda não sabem exatamente como lidar com a questão. Quando faz atividades de rua, Lula, em geral, aparece acompanhado do candidato local do PT.

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Foi o que aconteceu na quinta-feira, na visita a uma ocupação transformada em bairro na cidade de Sumaré, no interior de São Paulo, e em um encontro com estudantes da Unicamp, em Campinas. Nos dois eventos, Lula estava com o pré-candidato do PT ao governo de São Paulo, Fernando Haddad, que também discursou. Alckmin não compareceu.

Em São Paulo, o pré-candidato do PSB a governador é Márcio França, que foi vice de Alckmin entre 2015 e 2018. França também foi o principal responsável por atrair o vice de Lula para o PSB. O ex-deputado Floriano Pesaro, que ingressou na sigla com Alckmin, explicou a estratégia:

— Onde houver candidatos a governador do PT e do PSB, o governador Alckmin deverá fazer agendas com o candidato do seu partido, ou seja, do PSB.

Aliados de Lula haviam traçado um plano para que o petista e Alckmin viajassem juntos pelo país por dois meses para apresentarem a chapa ao eleitor. Os embates entre PT e PSB, porém, podem atrapalhar essa ideia. Há a hipótese de ser feito um evento da campanha presidencial nesses estados, com as presenças dos pré-candidatos das duas siglas.

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Na última semana deste mês, Lula deve visitar o Rio Grande do Sul e Santa Catarina. A expectativa era que Alckmin estivesse junto nesses locais, em uma tentativa de diminuir resistências ao ex-presidente — segundo o Datafolha, Lula tem 39% das intenções de voto na região Sul, contra 33% de Bolsonaro, distância mais estreita do que no resto do país.

Na eleição gaúcha, contudo, o PSB tem apresentado o ex-deputado Beto Albuquerque como pré-candidato a governador. Já o PT lançou o deputado estadual Edegar Pretto.

União pela democracia

Já em Santa Catarina, o PSB está decidido a lançar o senador Dário Berger. O PT tem a pré-candidatura de Décio Lima, que discute uma composição com o Solidariedade.

No sábado, a pré-candidatura da chapa Lula-Alckmin foi apresentada oficialmente em São Paulo. Em busca de ampliar o leque de alianças, o petista disse querer “unir os democratas”, num discurso focado em defesa da soberania nacional, independência entre os Poderes e críticas a privatizações. Aplaudido pela militância petista, o ex-governador disse que nenhuma “divergência do passado nem diferença do presente” servirá de pretexto para que ele deixe de apoiar Lula “com toda convicção”.

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