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Eleições 2024: até quando vai a campanha e a propaganda eleitoral em 2024?

Campanhas de ruas e na internet podem ocorrer até a véspera do dia da votação, em 6 de outubro. Já o horário eleitoral na TV e no rádio termina nesta quinta, 3

No dia da eleição do primeiro turno, neste domingo, 6, qualquer ato de propaganda poderá ser caracterizado como crime de boca de urna (Caroline Pacheco/Famecos/PUCRS /Reprodução)

No dia da eleição do primeiro turno, neste domingo, 6, qualquer ato de propaganda poderá ser caracterizado como crime de boca de urna (Caroline Pacheco/Famecos/PUCRS /Reprodução)

Publicado em 30 de setembro de 2024 às 10h53.

Última atualização em 30 de setembro de 2024 às 10h54.

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Todos os candidatos a prefeito e vereador dos 5.568 municípios brasileiros e seus partidos políticos têm até este sábado, 5, para a realização de suas campanhas eleitorais.

Pelos próximos cinco dias, estão autorizadas publicidades e manifestações com pedido explícito de voto em atos de campanha, reuniões, assim como em materiais panfletários, santinhos e redes sociais, que devem ser encerradas às vésperas do primeiro turno, no domingo, 6 de outubro.

No dia do pleito, qualquer ato de propaganda poderá ser caracterizado como crime de boca de urna.

O calendário de prazos para as campanhas não deve ser confundido, contudo, com o horário eleitoral gratuito nas emissoras de rádio e televisão. Iniciada no dia 30 de agosto, a propaganda na TV e no rádio termina nesta quinta-feira, 3.

As regras eleitorais são definidas pela Resolução nº 23.610/2019 do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que prevê as normas para a realização da propaganda eleitoral. A normativa estabelece como podem ser realizadas atividades públicas, a confecção e distribuição de material eleitoral.

Neste ano, com a predominância do debate político na internet e o fenômeno da desinformação, trouxe novas regras quanto ao uso da inteligência artificial (IA) e à realização de lives eleitorais.

Todas as candidaturas a prefeito, vice-prefeito e vereador devem realizar a campanha dentro dessas regras previstas pela legislação eleitoral. Em caso de descumprimento, os candidatos, seus partidos, coligações e federações ficam sujeitos a penalidades, como multas, que podem variar de R$ 5 mil a R$ 25 mil. A resolução do TSE também atribui poder de polícia à Justiça Eleitoral para garantir o bom andamento das eleições e o respeito às normas.

A campanha eleitoral poderá ser retomada nas 103 cidades que podem ter segundo turno. Nesse período, os candidatos a prefeito também terão espaço obrigatório nas emissoras entre os dias 11 e 25 de outubro, dois dias antes da votação, marcada para o 27 de outubro.

Diferentemente do primeiro turno, os dois candidatos à prefeitura dessas cidades com mais de 200 mil eleitores terão direito a dois blocos de 10 minutos para propaganda na TV e no rádio.

Na televisão, o horário eleitoral obrigatório será veiculado das 13h às 20h30. No rádio, será das 7h às 12h. As campanhas também terão direito a 42 minutos em inserções na programação dessas emissoras.

O que pode ou não nas campanhas

Apesar do prazo para propaganda em TV e rádio, as campanhas eleitorais devem respeitar uma série de regras que podem terminar antes deste sábado, 5, dependendo da prática.

Por exemplo, a realização de comícios com aparelhagem de som, permitida desde o dia 16 de agosto, só pode ocorrer até três dias antes do primeiro turno, das 8h à 0h, com exceção do comício de encerramento, que poderá ser prorrogado por mais duas horas.

A EXAME listou abaixo o que pode e o que não pode no período e como denunciar casos de infrações.

Atos públicos e material de campanha

O que pode:

  • Distribuição de material gráfico e realização de caminhada, carreata ou passeata, na qual se utilizem outros meios de locomoção, acompanhadas ou não por carro de som ou minitrio, até as 22h do dia 5 de outubro;
  • Realização, até o dia 4 de outubro, de divulgação paga na imprensa escrita e reprodução, na internet, do jornal impresso, de até 10 anúncios de propaganda eleitoral por veículo, em datas diversas, para cada candidatura, no espaço máximo, por edição, de 1/8 de página no jornal padrão e de 1/4 de página de revista ou tabloide;
  • Utilização de alto-falantes ou amplificadores de som até 5 de outubro, das 8h às 22h, desde que estejam a mais de 200 metros das sedes dos Poderes Executivo e Legislativo, dos tribunais judiciais, dos hospitais, das casas de saúde, das escolas, das bibliotecas públicas, das igrejas e dos teatros, quando em funcionamento, entre outros;
  • Realização de comícios com aparelhagem de som até 3 de outubro, das 8h à 0h, com exceção do comício de encerramento da campanha, que poderá ser prorrogado por mais 2 horas;
  • Colocação de mesas para distribuição de material de campanha e utilização de bandeiras ao longo das vias públicas, desde que sejam móveis e não dificultem o bom andamento do trânsito de pessoas e de veículos;
  • Eleitoras e eleitores podem usar bandeiras, broches, dísticos, adesivos, camisetas e outros adornos como forma de manifestação de suas preferências por partido, federação, coligação, candidata ou candidato.

O que não pode:

  • Confeccionar, utilizar e distribuir – por comitê, candidata, candidato ou com sua autorização – camisetas, chaveiros, bonés, canetas, brindes, cestas básicas ou quaisquer outros bens que possam proporcionar vantagem à eleitora ou ao eleitor;
  • Derramar material de propaganda no local de votação ou em vias próximas;
  • Veicular propaganda de qualquer natureza, inclusive pichação, inscrição a tinta e exposição de placas, estandartes, faixas, cavaletes, bonecos e assemelhados nos bens cujo uso dependa de cessão ou permissão do poder público, ou que a ele pertençam, e nos bens de uso comum, como postes de iluminação pública, sinalização de tráfego, viadutos, passarelas, pontos de ônibus e outros equipamentos urbanos;
  • Colocar propaganda eleitoral de qualquer natureza nas árvores e nos jardins localizados em áreas públicas;
  • Realizar enquetes sobre o processo eleitoral;
  • Difundir mentiras sobre opositores ou sobre o processo eleitoral brasileiro;
  • Veicular material de propaganda eleitoral em bens públicos ou particulares (postes de iluminação pública, sinalização de tráfego, viadutos, passarelas, pontes, paradas de ônibus e outros equipamentos urbanos).

Campanha na internet

O que pode:

  • Impulsionamento de conteúdos político-eleitorais com ferramentas oferecidas pelas plataformas, por partidos, federações, coligações, candidaturas e seus representantes;
  • Contratação de serviço de priorização paga de resultado de buscas para promover qualidades das candidatas e dos candidatos;
  • Uso da inteligência artificial para criar imagens e sons, desde que o material esteja devidamente rotulado, com a indicação de que é um conteúdo fabricado ou manipulado e do tipo de tecnologia utilizada;
  • Promoção de circulação paga ou impulsionada de propaganda eleitoral na internet.

O que não pode:

  • Realizar disparo em massa de mensagens;
  • Usar inteligência artificial para fabricar ou manipular conteúdos posteriormente usados para difundir mentiras sobre o processo eleitoral;
  • Simular, por meio de chatbots, avatares e conteúdos sintéticos, conversa de candidaturas ou de outra pessoa real com eleitores;
  • Utilizar, para prejudicar ou favorecer candidatura, conteúdo sintético gerado ou manipulado digitalmente com intenção de criar, substituir ou alterar imagem ou voz de pessoa viva, falecida ou fictícia (deepfake);
  • Utilizar palavra-chave associada a partidos ou candidaturas adversárias;
  • Difundir mentiras sobre opositores ou sobre o processo eleitoral brasileiro;
  • Veicular propaganda eleitoral em sites de pessoas jurídicas com ou sem fins lucrativos;
  • Transmitir ou retransmitir live eleitoral por emissoras de rádio e de televisão e em site, perfil ou canal de internet pertencente a pessoa jurídica. Nesse último caso, as únicas exceções dizem respeito aos partidos, às federações e às coligações às quais a candidatura está vinculada;
  • Realizar showmício e evento similar presencial ou transmitido pela internet para promoção de candidatas e candidatos e apresentação de artistas (remunerada ou não) com a finalidade de animar comício e reunião eleitoral.

Canais de denúncia

Caso as normas do TSE não sejam cumpridas, os cidadãos podem denunciar irregularidades na Justiça Eleitoral por meio do aplicativo Pardal, disponível para celulares com sistema operacional Android ou iOS.

O tribunal também dispõe de duas ferramentas para receber relatos de desinformação eleitoral e uso indevido de inteligência artificial nestas eleições de 2024. Desde o dia 8 de agosto, eleitoras e eleitores podem ligar para o SOS Voto, no número 1491. Também é possível registrar a denúncia pela internet, por meio do Sistema de Alertas de Desinformação Eleitoral (Siade).

Quando será a eleição para prefeito e vereador? Veja o dia da votação em 2024

Milhões de brasileiros vão às urnas nas eleições municipais 2024 para eleger prefeitos e vereadores que irão permanecer nos cargos pelos próximos quatro anos. A votação está marcada para o dia 6 de outubro e, caso seja necessário um segundo turno, ocorrerá no dia 27 de outubro.

A votação ocorrerá das 8h às 17h, no horário de Brasília, caso não haja fila. O segundo turno seguirá as mesmas regras, se for necessário.

Segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), 153 milhões de eleitores das 5.569 cidades brasileiras participarão da escolha dos representantes locais.

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