O agora deputado federal de Minas Gerais antes era vereador de Belo Horizonte (Nikolas Ferreira - Facebook/Reprodução)
Da redação, com agências
Publicado em 2 de outubro de 2022 às 21h54.
Última atualização em 2 de outubro de 2022 às 22h20.
Dos cerca de 1,5 mil deputados federais e estaduais que tentaram se eleger nas Eleições 2022, um deles registrou mais votos do que qualquer outro da categoria: Nikolas Ferreira, do Partido Liberal (PL), foi o mais votado no país em 2022.
Agora deputado federal por Minas Gerais, Nikolas Ferreira teve cerca de 1,46 milhão de votos, de acordo com informações do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Ainda que tenha batido o recorde no estado em que foi eleito, Ferreira não foi o deputado mais votado da História do Brasil. Em 2018, Eduardo Bolsonaro (PSL) foi reeleito para a Câmara dos Deputados com 1,84 milhão de votos. O número representa um recorde histórico nas eleições brasileiras. O último deputado a conseguir tantos votos foi Enéas Carneiro, em 2002, com 1,57 milhão.
Antes eleito como vereador de Belo Horizonte, com a segunda maior quantidade de votos na categoria já registrada na capital mineira, Nikolas Ferreira é também um dos mais novos candidatos do país, com apenas 26 anos.
"Cristão, conservador e defensor da família", como se autodescreve, ele ficou bastante famoso por suas discussões com Andre Janones (Avante), que concorria à reeleição como deputado federal de Minas Gerais. Depois de Ferreira, Janones foi o segundo candidato mais votado do estado.
Popular nas redes sociais, o agora deputado encontrou nesse espaço uma maneira convincente de conversar com seu eleitorado. No Twitter, Nikolas Ferreira tem mais de 1 milhão de seguidores; no TikTok, acumula mais de 1,8 milhões e, no Instagram, são mais de 878 mil.
Bastante próximo a líderes bolsonaristas do Direita Minas, é aliado político de Bruno Engler (PL), deputado estadual de Minas Gerais. Ele comemorou a vitória nas redes sociais: "Oficialmente o Deputado Federal mais votado da história de Minas Gerais tem nome: Nikolas Ferreira", escreveu.
Neste ano, Nikolas lançou um livro, chamado "O Cristão e a Política". Em sua biografia da Câmara de Belo Horizonte, Ferreira afirma que é contra pautas progressistas defendidas no parlamento e pretende ir mais a fundo com temas como o empreendedorismo e a educação financeira.
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Nas eleições de 2022, toda a Câmara dos Deputados será renovada (513 cadeiras), assim como um terço do Senado (27 das 81 cadeiras).
Cada um dos 26 estados mais Distrito Federal têm direito a certo número de deputados e a três senadores cada.
O número de deputados por estado varia entre oito e 70 cada um, a depender do tamanho da população.
São Paulo é o estado com direito a mais deputados, 70 ao todo. Já as unidades federativas com menos cadeiras na Câmara são Acre, Amazonas, Amapá, Distrito Federal, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Rio Grande do Norte, Rondônia, Sergipe e Tocantins, com oito vagas cada.
O Brasil usa um sistema proporcional para eleição dos deputados, enquanto Senado, governadores e presidentes são eleições majoritárias (o mais votado ganha).
Para a eleição dos deputados federais, leva-se em conta tanto os votos no próprio candidato quanto os votos totais do partido, incluindo os outros candidatos ou votos direto na legenda.
É necessário cumprir dois requisitos, quociente eleitoral e quociente partidário.
Por exemplo, considerando que um determinado estado tem dez vagas na Câmara dos Deputados e o total de votos válidos no local foi de 100 mil (excluindo brancos e nulos). Cada vaga na Câmara "custa" 10 mil votos (pois: 100 mil votos válidos ÷ 10 lugares na Câmara = 10 mil votos por cadeira).
No exemplo, a cada 10 mil votos que um partido tiver, ele ganha uma vaga na Câmara. Então, se o Partido A teve 26 mil votos, ele tem direito a duas vagas (pois: 26 mil votos ÷ 10 mil = 2,6 vagas, arredondado para duas vagas).
Quem entra nas cadeiras obtidas pelo partido são os candidatos mais votados. Porém, para evitar que candidatos com pouquíssimos votos sejam eleitos, em 2015 foi criada a cláusula de barreira individual — que mantém a transferência de votos, mas obriga cada candidato a conseguir sozinho votos equivalentes a pelo menos 10% do quociente eleitoral.
No exemplo, como o quociente eleitoral do estado era de 10 mil votos, cada candidato deve ter mil votos para que possa usufruir da cadeira conquistada por seu partido.
Pode acontecer que um partido obtenha, por exemplo, duas cadeiras, mas seus dois candidatos mais votados podem ter tido 15 mil e 800 votos. O candidato com 15 mil assume, mas o com 800 votos não superou a cláusula de barreira individual e o partido, então, perde a cadeira conquistada.
O deputado é visto como o representante do povo no Congresso e tem duas funções principais: legislar, propondo novas leis e modificando leis existentes, e fiscalizar, de olho em atos do Poder Executivo (caso do presidente e seus ministérios).
Dentre as funções de um deputado, estão:
(Com informações da Agência Câmara de Notícias)