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Eleições: Ciro Gomes faz aceno a Simone Tebet como vice: 'Ela é diferente'

Para o ex-ministro, Tebet é uma pessoa "diferente" e está sendo "traída pelo próprio partido"

Senadora Simone Tebet (MDB-MS)  (Roque de Sá/Agência Senado)

Senadora Simone Tebet (MDB-MS) (Roque de Sá/Agência Senado)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 12 de maio de 2022 às 14h41.

O pré-candidato do PDT ao Planalto, Ciro Gomes, acenou com a possibilidade de ter a senadora Simone Tebet (MS), pré-candidata do MDB, como vice em sua chapa na disputa de 2022. Para o ex-ministro, Tebet é uma pessoa "diferente" e está sendo "traída pelo próprio partido".

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"Eu tenho uma pessoa dessas aí (da terceira via) que eu respeito muito. Ela é diferente. Ela não é uma viúva do bolsonarismo igual o (João) Doria. Ela é uma pessoa que acho que vai ter um papel importante, que é a Simone Tebet", disse Ciro em entrevista à Rádio Bandeirantes, ao ser questionado sobre qual pré-candidato da terceira via ele aceitaria ter na chapa.

"Simone Tebet está sendo traída pelo próprio partido porque o Lula está corrompendo. Já está acertado com Eunício Oliveira e o Renan Calheiros, os mesmos do esquema do escândalo do Petrolão", emendou o pedetista, numa referência às articulações do senador Renan Calheiros (AL) e do ex-senador Eunício Oliveira, do MDB, em torno da pré-candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

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Nesta quarta-feira, 11, os presidentes dos partidos da terceira via - PSDB, MDB e Cidadania - deram demonstração de sobrevida ao projeto de candidato único, ao definirem que o nome de consenso será definido a partir da análise conjunta de pesquisas quantitativas e qualitativas encomendadas pelas legendas. Hoje são considerados pré-candidatos do grupo ao Planalto: Simone Tebet e o ex-governador de São Paulo João Doria (PSDB).

Ciro voltou a afirmar que se manterá na disputa até o fim. "O sistema me quer ver expelido. Ele não quer nem que eu tenha direito de falar. Exigem todo dia que eu tire a minha candidatura", disse. Ontem, em rede social, o ex-ministro argumentou que, sem sua candidatura, a polarização aumentaria no momento em que Lula "estagnou" e Bolsonaro se sustenta nas pesquisas de intenção de votos para a Presidência.

Para o pré-candidato do PDT, tanto Lula quanto Bolsonaro vivem em uma "estrutura de mutualismo", já que os dois políticos se "protegem" e se beneficiam da polarização. "O sistemão ganhou o Lula, então Lula e Bolsonaro estão protegendo o outro porque os dois garantem o mesmo tipo de modelo econômico e a mesma governança política", afirmou.

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Propostas para a economia

Para Ciro, a inflação, que vem batendo recordes no País, é "produzida pelo governo". "Ele determina o preço dos combustíveis, do gás de cozinha, o diesel do frete que está na carne", disse. O ex-ministro destacou que o mesmo mecanismo acontece com o aumento de energia elétrica, que também impacta no valor dos alimentos.

Nesse cenário, Ciro defendeu uma política de abastecimento e preço para lidar com o aumento de produtos essenciais que são produzidos no País, como café e açúcar. "Nós fazíamos isso exemplarmente o passado. Fernando Henrique Cardoso, Lula e Bolsonaro destruíram a estrutura de abastecimento e preço do Brasil por prostração ideológica", afirmou.

A ideia do pré-candidato é que o governo seja capaz de oferecer produtos a um preço acessível para a população em momentos instáveis politicamente, como em episódios de guerras internacionais, por exemplo.

Religião

Durante a entrevista, o pré-candidato evocou expressões religiosas para explicar suas ideias. Em uma delas, usou uma frase bíblica presente no livro de Mateus que diz que "ninguém serve a dois senhores" para exemplificar a política de preços da Petrobras. Em outro momento, afirmou que tem rezado pela disputa. "Estou pedindo a Deus todo dia que ilumine as minhas palavras que não seja pra mim, que seja pra outro. mas vamos desarmar essa bomba."

O discurso religioso tem sido bastante utilizado entre os pré-candidatos como uma medida de atrair eleitores antes aliados de Bolsonaro. Em abril, Ciro participou de um ato, em Brasília, no qual o PDT lançou o Movimento Cristãos Trabalhistas, com o objetivo de aproximar o partido das igrejas evangélicas e católicas.

A mesma movimentação tem sido vista na pré-campanha de Lula, cujo responsável por essa aproximação com líderes religiosos é o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSB), pré-candidato a vice.

(Estadão Conteúdo)

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