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Eleições 2020: estreantes na política só lideram em três capitais

Na maioria das cidades, pesquisa não aponta desempenho forte dos candidatos "outsiders"

Eleições 2020: nove dos 13 prefeitos que buscam a reeleição lideram a disputa (Rodolfo Buhrer/Reuters)

Eleições 2020: nove dos 13 prefeitos que buscam a reeleição lideram a disputa (Rodolfo Buhrer/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 12 de novembro de 2020 às 14h01.

Última atualização em 12 de novembro de 2020 às 14h35.

Em 2018, um terço dos governadores eleitos nunca havia pedido um voto. Dois anos após uma eleição marcada pela reprovação da política tradicional e a ascensão de novatos, pesquisas feitas pelo Ibope mostram que campanhas estreantes enfrentam dificuldades no País. Candidatos a prefeito que nunca disputaram o voto popular aparecem nas primeiras colocações de apenas três capitais. Ainda segundo as pesquisas de intenção de votos mais recentes, nove dos 13 prefeitos que buscam a reeleição lideram a disputa.

As três cidades em que os estreantes pontuam melhor ficam no Nordeste. Em Maceió, o ex-procurador de Justiça e ex-secretário estadual de Segurança Pública de Alagoas Alfredo Gaspar de Mendonça (MDB) aparece em empate técnico na primeira colocação. Embora seja um nome novo, é apoiado por políticos tradicionais: o governador Renan Filho (MDB) e o atual prefeito, Rui Palmeira, que deixou o PSDB em fevereiro. Segundo Ibope divulgado ontem, Mendonça tem 26%, JHC (PSB), 22% e Davi Davino Filho (Progressistas), 19%.

Delegada da Polícia Civil, Danielle Garcia (Cidadania) participa pela primeira vez de uma campanha eleitoral e aparece em segundo lugar na intenção de votos em Aracaju. Com discurso focado no combate à corrupção e apoiada pelo senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE), ela registrou 19% no último levantamento, divulgado dia 22, ante 34% de Edvaldo Nogueira (PDT), atual prefeito da cidade.

Em João Pessoa, o radialista Nilvan Ferreira (MDB) aparece numericamente na segunda colocação do Ibope mais recente, de 22 de outubro, atrás de Cícero Lucena (PP), que já foi prefeito, governador e senador. Ferreira apresenta um programa popular de rádio, defende pautas bolsonaristas e é crítico aos governos locais.

Na maioria das cidades, o Ibope não aponta desempenho forte dos "outsiders". Em Macapá, por exemplo, Josiel Alcolumbre (DEM) apareceu com 26% das intenções de voto no Ibope de ontem - seguido por Patrícia Ferraz (Podemos), com 18%, e Dr. Furlan (Cidadania), com 17%. Embora dispute a prefeitura pela primeira vez, Josiel foi 1º suplente do irmão, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), nas eleições de 2014. Nomes que já apareceram na urna alguma vez estão em evidência em outras 22 capitais.

Discurso

O discurso antipolítica de 2018 ajudou a eleger oito governadores novatos, como Wilson Witzel (PSC), no Rio, e Carlos Moisés (PSL), em Santa Catarina. No decorrer do mandato, ambos perderam apoio dos deputados estaduais nas respectivas Assembleias, foram acusados de irregularidades durante a gestão do novo coronavírus e foram afastados.

Há dois anos, os eleitores renovaram também 47,3% das cadeiras na Câmara dos Deputados e 85,2% no Senado. Algumas legendas tentaram lançar, neste ano, candidatos que foram bem-sucedidos na estreia de 2018, como a deputada federal Joice Hasselmann (PSL), que aparece numericamente na sétima colocação na pesquisa Ibope para a Prefeitura de São Paulo divulgada segunda-feira.

Em 2016, foram escolhidos "outsiders" para comandar São Paulo, João Doria (PSDB); Belo Horizonte, Alexandre Kalil (hoje no PSD); e Porto Velho, Hildon Chaves (PSDB). Doria virou governador do Estado, enquanto os outros dois lideram pesquisas em suas cidades. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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