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Eleição para o Senado em MG pode reeditar disputa presidencial de 2014

Nenhum dos dois, nem seus partidos e interlocutores, entretanto, bate o martelo sobre uma eventual candidatura

Eleições 2018: disputa pelas duas vagas mineiras no Senado na eleição deste ano poderá ser uma reedição do segundo turno da campanha presidencial de 2014 (Paulo Whitaker/Reuters)

Eleições 2018: disputa pelas duas vagas mineiras no Senado na eleição deste ano poderá ser uma reedição do segundo turno da campanha presidencial de 2014 (Paulo Whitaker/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 4 de junho de 2018 às 14h45.

Belo Horizonte - A disputa pelas duas vagas mineiras no Senado na eleição deste ano poderá ser uma reedição do segundo turno da campanha presidencial de 2014 e colocar, quatro anos depois, a presidente cassada Dilma Rousseff (PT) e o senador Aécio Neves (PSDB) novamente em campos opostos de uma disputa eleitoral. Nenhum dos dois, nem seus partidos e interlocutores, entretanto, bate o martelo sobre uma eventual candidatura.

A situação de Aécio é mais complicada. Réu no Supremo Tribunal Federal (STF) por corrupção passiva e obstrução de Justiça e alvo de outros sete inquéritos na Corte, o senador enfrenta dificuldade para encontrar apoio de aliados. No PSDB mineiro, há quem defenda que Aécio tente uma vaga na Câmara ou, numa situação extrema, deixe de concorrer a um cargo eletivo este ano.

O PSDB não tem nenhum pré-candidato declarado ao Senado. As lideranças do partido pretendem utilizar as duas cadeiras para negociar possíveis coligações. O líder tucano na Assembleia Legislativa, Gustavo Valadares, afirma que a sigla tem conversado com diversos partidos e chegou a avaliar alguns nomes, mas sem definição.

Assim como Aécio, o outro senador por Minas que termina o mandato neste ano, Zezé Perrella (MDB), não deverá concorrer à reeleição. De acordo com uma fonte ouvida pela reportagem, a entrada de Perrella no MDB não teria agradado a algumas alas do partido, e seu nome nem sequer foi cogitado para integrar as candidaturas próprias da sigla.

Já o PT diz que Dilma poderá se candidatar ao Senado mas faz a ressalva de que cabe exclusivamente à ex-presidente confirmar qual seria sua participação nas eleições de outubro.

Somente a notícia de que Dilma havia transferido o domicílio eleitoral para Minas causou turbulência no cenário político do Estado. Esse furor seria, segundo analistas, o que convenceu o presidente da Assembleia Legislativa, Adalclever Lopes (MDB), a aceitar o pedido de abertura do processo de impeachment do governador Fernando Pimentel (PT).

Filho do ex-ministro Mauro Lopes, Adalclever pretendia se candidatar ao Senado na chapa de Pimentel, que tentará a reeleição ao governo, mas desistiu diante da possibilidade de Dilma entrar na disputa.

Ao romper com o governo, o presidente da assembleia se lançou pré-candidato ao governo em oposição a Pimentel, apesar de ter a concorrência do vice-governador, Antônio Andrade, e do deputado federal Leonardo Quintão.

Com Dilma na campanha, de acordo com o cientista político Rudá Ricci, do Instituto Cultiva, o embate direto entre a ex-presidente e o senador Antonio Anastasia é esperado, já que o pré-candidato tucano ao governo foi o relator do processo de impeachment da petista. "A intenção é que, na campanha, a Dilma enfrente o Anastasia, fazendo ataques e provocações, de tal maneira que a polarização política, na prática, seja entre Dilma e Anastasia, nacionalizando o debate político e liberando o Fernando Pimentel para fazer uma campanha mais sóbria", disse o analista.

Outro grupo que se ressentiu com a possibilidade da entrada de Dilma na disputa eleitoral mineira para o Senado foi o PCdoB. Tradicional aliado do PT no Estado, o PCdoB está decidido a lançar a candidatura da deputada Jô Moraes. Uma fonte próxima afirmou que o PCdoB tinha planos de campanha para Jô e Dilma, que formariam coligação sob o slogan "agora é que são elas", com a intenção de atrair o eleitorado feminino.

Com a recusa do PT em apoiar Jô, o PCdoB se reuniu com o pré-candidato ao governo Marcio Lacerda (PSB), ex-prefeito de Belo Horizonte, e tem negociado a formação de uma coligação.

Além de PT e PCdoB, poucos partidos têm nomes de pré-candidatos ao Senado confirmados. O PHS, do prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil, terá o jornalista e apresentador Carlos Vianna na disputa. O presidente do PHS, Marcelo Aro, confirmou que o foco de seu partido tem sido a negociação de coligação que favoreça a entrada da Vianna.

PSOL e o PCB irão compor uma coligação única que lançará como pré-candidatos os professores Duda Salabert (PSOL) e Túlio Lopes (PCB) ao Senado. A Rede deverá lançar Kaká Menezes, enquanto deixa a outra vaga como possibilidade de atrair apoio.

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