Brasil

Eduardo Pazuello diz que vacinação no Brasil só no fim de fevereiro

Em reunião com governadores, ele também disse que as primeiras 8,5 milhões de doses da Pfizer devem chegar ao país no primeiro semestre

 (Siphiwe Sibeko/Reuters)

(Siphiwe Sibeko/Reuters)

GG

Gilson Garrett Jr

Publicado em 8 de dezembro de 2020 às 14h49.

Última atualização em 8 de dezembro de 2020 às 14h56.

Em reunião com governadores nesta terça-feira, 8, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, prometeu começar a vacinação no Brasil no fim de fevereiro. Ele também disse que as primeiras 8,5 milhões de doses da Pfizer, de uma compra de 70 milhões, devem chegar ao país no primeiro semestre. Com as primeiras doses, será possível vacinar pouco mais de 4 milhões de pessoas.

Em esboço de plano nacional de imunização, divulgado na última semana, o Ministério da Saúde previa começar a vacinar a população em março. Idosos com 75 anos ou mais, profissionais de saúde e indígenas serão os primeiros a receber as doses, estima a pasta.

Segundo fontes que acompanham a discussão, Pazuello repetiu que o Sistema Único de Saúde (SUS) tem acordos para receber 300 milhões de doses em 2021, sendo 260 milhões de Oxford/AstraZeneca e mais cerca de 40 milhões obtidas por meio do consórcio Covax Facility.

As vacinas devem ser aplicadas em duas doses. A conta ignora possíveis compras da vacina da Pfizer ou da Coronavac, que está sendo desenvolvida pelo Instituto Butantã e a farmacêutica chinesa Sinovac.

Pazuello disse na reunião, porém, que foi feito um memorando de entendimento não vinculante com o Butantã e com a Pfizer. Segundo ele, a compra dessas vacinas ainda depende do registro dos produtos na Anvisa.

O ministro ainda disse acreditar que o registro definitivo da vacina da AstraZeneca deve ser concedido no fim de fevereiro pela Anvisa.

Ministro diz que não se pode acelerar a vacinação

Ao responder sobre a Coronavac, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, afirmou que há uma tentativa de acelerar o processo de vacinação, o que seria "justificável". Ele ponderou, contudo, que não se pode abrir mão de eficácia, segurança e responsabilidade. "Responderemos pelos nossos atos", disse.

O Ministério da Saúde firmou memorandos de entendimento não vinculantes com o Instituto Butantan, que desenvolve a Coronavac em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac, e com a Pfizer. "Mesmo sendo memorando não vinculante, aguardamos o processo de estudo e registro junto à Anvisa para demandar quanto tem, quanto vão produzir, quanto vai precisar no momento", apontou o general do Exército.

Ele respondia a pergunta do governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), sobre se a intenção de compra do ministério em relação à Coronavac estava mantida. Nesta segunda, 7, o gestor maranhense anunciou ter entrado com ação no Supremo Tribunal Federal (STF) com o objetivo de que estados possam adquirir diretamente vacinas contra o coronavírus autorizadas por agências sanitárias dos Estados Unidos, União Europeia, Japão e China.

Na verdade, a possibilidade já está prevista em lei aprovada em maio pelo Congresso, que concede autorização excepcional e temporária para importação e distribuição de medicamentos essenciais no combate à pandemia que sejam registrados em uma dessas quatro autoridades estrangeiras.

Pazuello ressaltou que o Butantan já é parceiro do Ministério da Saúde em outras vacinas, mas lembrou aos governadores que as fases 1 e 2 de testes da Coronavac são "chinesas". "Não é brasileira. Isso tudo precisa ser passado para a Anvisa de uma forma muito clara. A Anvisa está na China avaliando as fábricas da Sinovac", pontuou. "As coisas estão acontecendo. Quando tivermos imunizantes registrados, vamos avaliar a demanda e levar ao Palácio, aos órgãos", completou.

Acompanhe tudo sobre:Ministério da Saúdevacina contra coronavírus

Mais de Brasil

Acidente com ônibus escolar deixa 23 mortos em Alagoas

Dino determina que Prefeitura de SP cobre serviço funerário com valores de antes da privatização

Incêndio atinge trem da Linha 9-Esmeralda neste domingo; veja vídeo

Ações isoladas ganham gravidade em contexto de plano de golpe, afirma professor da USP