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Eduardo Paes: o teste do canguru

Aos poucos, os Jogos Olímpicos deixam de ser discurso e viram realidade para as autoridades do Rio de Janeiro. Seria a hora de brilhar. Hoje, o Veículo Leve sobre Trilhos, principal inovação no transporte da cidade, passa a cobrar suas tarifas. Não haverá cobradores: os próprios passageiros terão de validar suas passagens. A prática, comum em […]

EDUARDO PAES: nesta terça o VLT começa a cobrar passagens, mais um teste para o prefeito do Rio / Buno Kelly/ Reuters

EDUARDO PAES: nesta terça o VLT começa a cobrar passagens, mais um teste para o prefeito do Rio / Buno Kelly/ Reuters

DR

Da Redação

Publicado em 26 de julho de 2016 às 06h25.

Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h37.

Aos poucos, os Jogos Olímpicos deixam de ser discurso e viram realidade para as autoridades do Rio de Janeiro. Seria a hora de brilhar. Hoje, o Veículo Leve sobre Trilhos, principal inovação no transporte da cidade, passa a cobrar suas tarifas. Não haverá cobradores: os próprios passageiros terão de validar suas passagens. A prática, comum em países desenvolvidos, é uma das “heranças” que o prefeito Eduardo Paes planejou para a cidade.

De todos os políticos brasileiros, Paes era aquela com motivos para sorrir em 2016. Acontece que, após oito anos de preparativos, ele sofre com o mau momento do país, as crises política e econômica e, agora, todo tipo de problema de última hora – neste caso, a culpa é dele mesmo.

No final de semana, Paes sugeriu que colocaria um canguru na porta do prédio da delegação australiana, na Vila Olímpica, após reclamações de que o espaço era inabitável. Os australianos disseram preferir um encanador e o prefeito ficou sorrindo sozinho. Ontem, organizou uma força-tarefa com 600 profissionais para fazer as obras de última hora nos apartamentos.

Paes já foi traído pela língua outras vezes, como nos áudios em que se diz um soldado do ex-presidente Lula e ofende a cidade de Maricá, no Rio. Também perdeu muitos pontos com a queda da ciclovia Tim Maia, que culminou na morte de duas pessoas.

O prefeito afirmou, em entrevista a EXAME Hoje no começo do mês, que não quer saber de ser presidente da República e que só pensa em férias. Nos bastidores, o objetivo de chegar ao Planalto é dado como certo. Ontem, seu projeto político para o futuro ganhou corpo: a deputada estadual Cidinha Campos aceitou ser vice de Pedro Paulo, seu candidato à prefeitura.

Se os Jogos forem um sucesso, Paes terá a melhor plataforma de campanha possível. Se a Lava-Jato chegar às obras, como aconteceu na Copa do Mundo, pode levá-lo para a mesma lama do ex-governador Sérgio Cabral. Quanto menos cangurus no caminho, melhor.

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