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Eduardo Cunha diz que PT não tem 'adversários', tem inimigos

Considerado favorito para o pleito de hoje, Cunha atribuiu a "alopragens" e viu objetivos políticos quando teve seu nome envolvido como suposto receptor de propina do doleiro Alberto Youssef

Líder do PMDB na Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-SP) (Gustavo Lima/Câmara dos Deputados)

Líder do PMDB na Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-SP) (Gustavo Lima/Câmara dos Deputados)

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Da Redação

Publicado em 1 de fevereiro de 2015 às 19h20.

Brasília - O líder do PMDB e candidato à Presidência da Câmara, Eduardo Cunha (RJ), afirmou neste domingo, 1º, em discurso no plenário da Casa, que o PT "não tem adversários", mas "inimigos". "Todos os que ousam enfrentar (o PT) acabam se tornando inimigos e vítimas de toda sorte de ataques. Nós fomos vítimas", discursou Cunha, sob aplausos, na sessão que escolherá o sucessor de Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN). "Mas Deus mostrou o caminho correto e viu que a verdade prevaleceu."

Considerado favorito para o pleito de hoje, Cunha atribuiu a "alopragens" e viu objetivos políticos quando teve seu nome envolvido como suposto receptor de propina do doleiro Alberto Youssef, no âmbito da operação Lava Jato. Depois de notícias serem divulgadas, o advogado de Youssef negou envolvimento de seu cliente com o peemedebista. Durante a campanha, o parlamentar também divulgou um áudio que, segundo ele, teria sido forjado para prejudicá-lo. "Foi uma campanha muito dura, na qual fui muito atacado e agredido", afirmou.

Ele destacou por diversas vezes que a Câmara precisa ser "independente" - seu principal mote de campanha - e não "submissa" aos interesses do Palácio do Planalto. "Ninguém vai ver eu me curvar a algo que não seja a maioria desta Casa", frisou. No seu entender, um petista na presidência da Câmara criaria essa submissão, uma vez que o partido comanda o governo.

"As eleições (para presidente da República), muito diferente das três anteriores, não teve uma hegemonia eleitoral, mas uma vitória eleitoral. Isso não dá condições para uma hegemonia política", disse Cunha.

Cunha aproveitou os 10 minutos aos quais teve direito na tribuna para fustigar seu principal adversário, o petista Arlindo Chinaglia (SP). Ele citou a eleição para a presidência da Câmara que opôs o hoje ministro Aldo Rebelo (PCdoB), então candidato com o apoio do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e o próprio Chinaglia. "O Aldo Rebelo disse que não podemos concentrar num único partido o poder do Legislativo e do Executivo. Infelizmente não ouvimos (a ele) e vimos a diferença de ter o mesmo partido nos dois poderes", afirmou.

Avanços

Na esteira do discurso anti-hegemonia que sedimentou sua campanha, Cunha alegou que os principais avanços institucionais da Câmara dos últimos anos ocorreram quando peemedebistas estiveram na presidência. Ele citou a interpretação constitucional do hoje vice-presidente Michel Temer que "destrancou" votações antes bloqueadas por medidas provisórias. Também disse que o outro grande avanço veio com o Orçamento Impositivo, mecanismo pelo qual o Executivo é obrigado a pagar emendas parlamentares individuais.

"Se for possível, na próxima semana vamos votar o segundo turno dessa PEC (do Orçamento Impositivo)", prometeu Cunha. "Paramos de ir de pires na mão mendigar verbas nos ministérios", emendou o peemedebista, que também disse que estenderá o Orçamento Impositivo para as emendas coletivas de bancada.

Para Cunha, é preciso devolver à Câmara a dimensão que ela deve ter e recuperar a "altivez" e o "orgulho" da Casa . "O provo precisa de leis e de deputados fortes que o representem e ajudem o nosso País", defendeu.

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