Campos e Dilma: o governador vem se movimentando em busca de apoio para a candidatura presidencial e formação de uma chapa no Estado contra o PT (REUTERS/Ueslei Marcelino)
Da Redação
Publicado em 5 de fevereiro de 2014 às 11h24.
Brasília - Em meio às discussões por espaços no governo Dilma e composição de alianças para a disputa presidencial, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), vem se movimentando entre integrantes da base aliada em busca de apoio para a candidatura presidencial e formação de uma chapa no Estado contra o PT.
O governador se reuniu com integrantes da cúpula do Partido Progressista (PP) na última quinta-feira,30, legenda que atualmente integra o arco de aliados do governo federal e aguarda uma definição de Dilma quanto à reforma ministerial.
Segundo apurou o Broadcast Político, serviço de informações em tempo real da Agência Estado, o encontro ocorreu na casa do prefeito de São Lourenço da Mata, Ettore Labanca (PSB), município que fica a cerca de 20 km da capital pernambucana, Recife.
Além de Eduardo Campos, possível candidato à presidência da República, e do prefeito, estiveram presentes o presidente do PP, senador Ciro Nogueira (PI), e o líder do PP na Câmara, Eduardo da Fonte (PE).
No semana anterior da "reunião informal", o senador e o deputado estiveram em Brasília na expectativa de serem chamados pela presidente Dilma para acertarem o espaço do PP na Esplanada.
A convocação por parte da petista não ocorreu. Atualmente, o partido ocupa a pasta de Cidades, com Agnaldo Ribeiro. A ideia dos integrantes do partido é indicar o substituto do atual ministro.
O presidente de honra da legenda, senador Francisco Dornelles (RJ), chegou a ser sondado pelos integrantes do PP para assumir o posto, mas teria se recusado. Dornelles é tio do presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), que também deverá entrar na disputa pelo Palácio do Planalto em outubro.
No jantar na cidade de São Lourenço da Mata, regado a carne de carneiro e de codorna, Campos aproveitou para sondar o PP sobre a relação com o governo Dilma e a aliança no próximo pleito.
O governador ouviu como resposta que a tendência da maioria do partido é acompanhar a presidente no âmbito nacional e que, embora haja movimentações para se antecipar a formalização do apoio, a decisão só deve ser tomada nas convenções do mês de junho.
Apesar desse posicionamento em relação à disputa presidencial, no jantar ficou encaminhada uma aliança entre PSB e o PP na disputa pelo governo de Pernambuco e um distanciamento do PT. A ideia inicial é o PSB indicar um nome ao governo do Estado e o PP ficar com a vaga do Senado em que Eduardo da Fonte seria o candidato.
Nas últimas eleições municipais de 2012, o PP foi um dos poucos partidos médios que permaneceram com o PT após a "guerra interna" entre os petistas para a indicação do nome na disputa à prefeitura de Recife.
Nos cálculos do PP, a briga, além de culminar com a derrota do PT na capital pernambucana, teve reflexos no número de vereadores eleitos pelo PP. Inicialmente, a expectativa era de eleger ao menos quatro vereadores pela legenda, mas no final apenas um conseguiu obter êxito.
Procurado pela reportagem, o senador Ciro Nogueira confirmou o encontro com Eduardo Campos. Quanto a uma candidatura de Eduardo da Fonte ao Senado numa chapa estadual apoiada pelo governador Eduardo Campos, o senador afirmou: "Se ocorrer, não será uma disputa, mas praticamente uma nomeação".