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Eduardo Campos diz que falou com Lula após protestos

Segundo o governador, a posição do PSB, definida antes das manifestações, é de que as eleições de 2014 devem ser discutidas apenas em 2014


	O governador de Pernambuco, Eduardo Campos: "conversa minha com o Lula não é notícia"
 (Elza Fiúza/ABr)

O governador de Pernambuco, Eduardo Campos: "conversa minha com o Lula não é notícia" (Elza Fiúza/ABr)

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Da Redação

Publicado em 13 de julho de 2013 às 17h24.

Rio - O governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), admitiu neste sábado, 13, ter mantido conversas com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva nos últimos dias, após as recentes manifestações que tomaram o País. Ele negou, porém, que as eleições de 2014 foram a pauta das conversas.

"Encontrar com o Lula não é notícia. O Lula é um amigo, um companheiro de partido. Ao longos dos últimos dias, tivemos vários contatos por telefone. Conversamos sobre esse momento do País", afirmou Campos, em evento promovido pelo PSB no Rio de Janeiro.

Segundo o governador, a posição do PSB, definida antes das manifestações, é de que as eleições de 2014 devem ser discutidas apenas em 2014. "É como diz aquele ditado popular: quem tem pressa come cru", argumentou o político, acrescentando que essa postura ganha força diante do momento político do País. "Isso tudo não é um debate eleitoral. É um debate político fundamental para não perdemos 2013. E para que o Brasil não perca as conquistas dos últimos 30 anos", afirmou.

Na visão do político pernambucano, a sociedade brasileira vive um momento delicado, o qual exige bom senso e capacidade de aglutinação dos agentes políticos em torno da construção de um novo pacto político que reflita os anseios da população. "Temos que pensar menos em candidatura e mais no Brasil. Se tivéssemos discutido mais o conteúdo e menos a forma, teríamos avançado mais em 2013. Não é com a velha política que vamos recuperar a crença do povo brasileiro sobre o futuro do País", disse Campos.

Ainda comentando o impacto político das manifestações, o governador de Pernambuco classificou como "conjuntural" a forte queda de popularidade da presidente Dilma Rousseff, segundo o último levantamento do Datafolha. "O mais importante neste momento é não perder o rumo estratégico do Brasil", argumentou.

O político destacou que o País vem registrando fraco crescimento econômico nos últimos três anos e há uma perda de confiança dos investidores em relação aos rumos da economia, o que gera um ciclo negativo para o País. "Precisamos mostrar que o Brasil é uma democracia sólida e segura e passar a confiança aos investidores internos e externos para garantir os investimentos", afirmou.

Nesse contexto, Campos propôs que os partidos, da situação e da oposição, se unam para evitar uma piora da economia. Numa crítica indireta, ele argumentou que é fundamental o governo federal reforçar seu compromisso com o equilíbrio fiscal e retomar o diálogo antes de tomar decisões.

Campos ainda afirmou que o PSB é a favor da realização de plebiscitos como um instrumento de garantir a maior participação popular nas decisões importantes da sociedade brasileira. "O plebiscito é um instrumento que tem que ser mais utilizado na vida do País. É um instrumento presente na Constituição Federal e que só foi usado em duas oportunidades de 1988 para cá", argumentou.

Apesar dessa posição, Campos se mostrou contrário à realização do plebiscito proposto pelo governo federal para promover uma reforma política ainda em 2013, o que violaria o princípio da anualidade das regras eleitorais, dada a proximidade com as eleições de 2014. "Fazer um plebiscito e ferir a Constituição no que diz respeito ao princípio da anualidade, não concordamos", afirmou, lembrando que o princípio da anualidade justamente existe para evitar que os governos no poder alterem as regras eleitorais em benefício próprio.

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