Brasil

Eduardo Bolsonaro diz que Coaf traz desgaste, mas afirma haver exagero

"Pelas nossas condutas, a gente tem que manter independência dos órgãos para poder investigar e na medida do tempo tudo vai ser esclarecido"

Eduardo Bolsonaro: um parlamentar não tem controle sobre os atos de assessores (Abner Rengel/Wikimedia Commons)

Eduardo Bolsonaro: um parlamentar não tem controle sobre os atos de assessores (Abner Rengel/Wikimedia Commons)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 18 de dezembro de 2018 às 16h44.

São Paulo - O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente eleito, Jair Bolsonaro, admitiu que o caso envolvendo um ex-assessor do irmão e senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) causa desgaste ao pai, que toma posse como presidente da República em janeiro.

Em entrevista ao Estadão/Broadcast antes da cerimônia de diplomação dos políticos paulistas eleitos, nesta terça-feira, 18, Eduardo Bolsonaro afirmou que há "exagero" na repercussão do assunto e tentou afastar a responsabilidade do pai e do irmão nas movimentações bancárias de assessores.

"Traz (desgaste), mas acredito também que está ocorrendo um certo exagero nessa parte", disse Eduardo, quando questionado sobre o caso identificado pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf). Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro, vai prestar depoimento ao Ministério Público do Rio nesta quarta-feira, 19.

"As coisas devem ser esclarecidas. Também acho que, pelas nossas condutas e nossas bandeiras, a gente tem que manter independência dos órgãos para poder investigar e na medida do tempo tudo vai ser esclarecido", declarou, acrescentando que qualquer sanção depende da Justiça, e não da família Bolsonaro.

Para Eduardo Bolsonaro, um parlamentar não tem controle sobre todos os atos de seus assessores. "Não tem como controlar a conta dos meus assessores, quiçá dos assessores do meu irmão."

Na sequência, em entrevista coletiva, o deputado federal insistiu na tentativa de afastar a responsabilidade do pai e do irmão nos casos referentes a Queiroz e à filha do ex-assessor, Nathalia Queiroz, que atuou como personal trainer e já esteve lotada nos gabinetes de Flávio e Jair Bolsonaro. "Você está querendo me dizer que tenho de saber o que ele pegou na conta dele? Acho complicado. Nossa parte é não atrapalhar a investigação", disse. "Eu sou Eduardo Bolsonaro, deputado federal eleito por São Paulo. As questões referentes aos gabinetes do Jair e do Flávio Bolsonaro devem ser tratadas com eles", afirmou.

Sem interferência

O deputado federal negou que as negociações para construção da base aliada do novo governo no Congresso tenham sido afetadas pelos casos envolvendo assessores do seu pai e do seu irmão. "Eu não acredito que esteja interferindo. Setenta e cinco por cento das pessoas estão confiantes no futuro do governo Bolsonaro", disse o deputado, em referência a pesquisa feita pelo Ibope e divulgada na semana passada.

Eduardo disse também que seu grupo político não vai fazer "vaquinha" nem alegar perseguição política caso o poder Judiciário diga que alguém ligado ao grupo mereça condenação.

"A oposição, que está com um ex-presidente na cadeia, está tramando costuras políticas para evitar que outros também sejam presos... Isso não vão ver a gente fazendo", afirmou o parlamentar, agora em referência ao PT e ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

"Se o Ministério Público, a Justiça ou quem quer que seja falar que alguém merece condenação, não vamos fazer vaquinha nem passeata dizendo que é perseguição política. Teremos discernimento de responsabilidade de arcar com qualquer coisa que seja", disse.

Acompanhe tudo sobre:CongressoEduardo BolsonaroFlávio BolsonaroGoverno BolsonaroJair Bolsonaro

Mais de Brasil

Banco Central comunica vazamento de dados de 150 chaves Pix cadastradas na Shopee

Poluição do ar em Brasília cresceu 350 vezes durante incêndio

Bruno Reis tem 63,3% e Geraldo Júnior, 10,7%, em Salvador, aponta pesquisa Futura

Em meio a concessões e de olho em receita, CPTM vai oferecer serviços para empresas